Durante este mês, a campanha "Maio Vermelho" ganha destaque em todo o país como forma de conscientizar a população sobre o câncer de boca, uma doença silenciosa, mas potencialmente grave. O Instituto de Promoção e de Assistência à Saúde de Servidores do Estado de Sergipe (Ipesaúde) alerta para a importância da prevenção e diagnóstico precoce da enfermidade. 

De acordo com a oncologista Ana Fantini, os sintomas mais comuns do câncer de boca incluem feridas na boca que não cicatrizam em duas semanas, manchas brancas ou vermelhas, dor persistente, dificuldade para mastigar ou engolir, rouquidão e caroços no pescoço. "O tabagismo, consumo de álcool, infecção por HPV, próteses dentárias mal adaptadas e a má higiene bucal estão entre os principais fatores de risco", explica.

A detecção precoce é crucial para aumentar as chances de cura. "Exames clínicos regulares, especialmente para quem apresenta fatores de risco, são essenciais. Em casos suspeitos, podem ser necessários exames de imagem como tomografia e ressonância, além de bópsia", afirma a oncologista. 

Tratamento e prevenção

O tratamento varia conforme o estágio da doença. Casos iniciais podem ser resolvidos com cirurgia e/ou radioterapia. Em estágios mais avançados, o tratamento pode incluir quimioterapia, cirurgia e radioterapia combinadas. "Drogas como o cetuximabe e a imunoterapia têm mostrado eficácia em casos avançados ou com metástases", destaca a médica. 

O câncer de boca afeta muito mais do que a estética. Pode comprometer a fala, a alimentação, o paladar, a deglutição e a respiração. Além disso, tem impacto significativo na vida emocional, social e profissional dos pacientes. Embora três vezes mais comum em homens, tem havido aumento entre as mulheres, especialmente devido ao HPV. "Mulheres costumam procurar atendimento mais cedo, o que favorece o diagnóstico precoce e melhores resultados", observa Ana Fantini. 

Evitar tabaco e álcool, vacinar-se contra o HPV e manter visitas regulares ao dentista são medidas fundamentais contra o câncer de boca. "Educação em saúde bucal e campanhas de conscientização como o Maio Vermelho são ferramentas essenciais para reduzir os números dessa doença", complementa a oncologista.