O Governo da Paraíba, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES), tem intensificado os procedimentos de correção de escoliose em crianças e adolescentes atendidos pelo Hospital Infantil Arlinda Marques, em João Pessoa. O agravo se caracteriza por um desvio lateral da coluna, formando uma curvatura anormal que pode afetar tanto a região lombar, quanto a torácica ou a cervical. Nos últimos meses, o incremento de cirurgias na unidade estadual vem atendendo a pacientes com curvaturas severas da coluna, superiores a 40 graus, e risco de comprometimento funcional.
A iniciativa integra a estratégia estadual de ampliação da capacidade cirúrgica. Na unidade, o quadro de profissionais foi reforçado com dois neurocirurgiões para atender a demanda habitual e os casos mais graves, como o da estudante Isiany Cavalcante da Silva, de 14 anos, da cidade de Alagoinha. A paciente foi acompanhada desde 2021 com tratamento conservador, utilizando colete e realizando exames periódicos para controle da progressão da curvatura. Com o passar do tempo e a evolução do quadro, foi indicada para o procedimento corretivo após avaliação com o neurocirurgião Bartolomeu Fragoso.
“Foram quatro anos de acompanhamento, com consultas e exames, sempre com muito cuidado por parte da equipe. Quando recebemos a notícia de que a cirurgia estava confirmada, foi um alívio. Hoje ela está se recuperando bem, andando e com a autoestima muito melhor”, relatou a agricultora e mãe da paciente, Maria da Luz Cavalcante da Silva. “Agradecemos muito ao Dr. Bartolomeu e a toda a equipe do hospital, que nos acolheu com atenção e profissionalismo.”
A cirurgia de Isiany foi indicada com base em exames de imagem que mostraram a progressão do ângulo da escoliose, ultrapassando os limites considerados seguros para tratamento conservador. Segundo o médico responsável, quanto mais cedo é feita a correção cirúrgica em casos como o da adolescente, melhores são os resultados para o alinhamento da coluna e para a recuperação.
“O ângulo de Cobb é o que usamos como parâmetro. A partir dos 40 graus, a chance de progressão é muito alta, mesmo após o crescimento. A cirurgia se torna necessária para evitar dor, comprometimento da função respiratória e impacto na autoestima. Quando realizada precocemente, conseguimos alinhar com menos complexidade, menor risco e mais qualidade de vida no pós-operatório”, explicou o neurocirurgião.
A realização do procedimento foi possível a partir da reestruturação dos fluxos internos do hospital e da organização das filas de espera. O diretor geral do Complexo Pediátrico Arlinda Marques, Daniel Gonçalves, destaca que o hospital tem se preparado para lidar com casos de maior complexidade de forma técnica, estratégica e humanizada.
“Estamos aprimorando os protocolos de avaliação, priorizando os casos mais críticos e garantindo que as cirurgias aconteçam dentro do tempo clínico adequado. Isso inclui desde a triagem até o acompanhamento pós-operatório. A atuação do Arlinda vem sendo fortalecida com a incorporação de novos especialistas, estrutura adequada e apoio permanente do Governo do Estado para garantir resolutividade com segurança. Esse trabalho não é apenas quantitativo, é qualitativo. É planejamento, preparo técnico e compromisso com o cuidado especializado", afirmou.
Com esse avanço, o Hospital Infantil Arlinda Marques, que é referência em pediatria para todos os municípios paraibanos, consolida um novo momento na assistência em ortopedia e neurocirurgia pediátrica, com foco em garantir o acesso de crianças e adolescentes a tratamentos especializados de forma segura e em tempo oportuno. Já a Secretaria de Estado da Saúde da Paraíba reforça o compromisso com o cuidado integral e humanizado. O acesso às cirurgias deve ser feito por meio de regulação, com acompanhamento primário pelas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e, diante da necessidade do tratamento cirúrgico para escoliose, o paciente é encaminhado para a unidade estadual.