A ESX 2025, maior evento de Inovação do Espírito Santo e um dos maiores do Brasil, teve início nessa quinta-feira (10), na Praça do Papa, em Vitória. E a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes) marcou presença desde o começo das atividades. Na abertura do Eli Summit pela manhã, evento fechado destinado às startups, o diretor-geral da Fapes, Rodrigo Varejão, participou da apresentação dos resultados do edital de fortalecimento de habitats de inovação, uma parceria realizada entre a Fundação e o Sebrae-ES.
O convênio feito pelas duas instituições para a realização dessa chamada foi firmado em 2022, com o intuito de apoiar a geração de startups por meio do estímulo à criação e ao desenvolvimento de Ambientes Promotores de Inovação (APIs). Para a execução deste acordo, foram destinados recursos financeiros no valor total de R$ 2,7 milhões.
Os resultados apresentados superaram as metas iniciais estabelecidas em diversos pontos. Foram capacitadas, por exemplo, cerca de 4,5 mil pessoas nos 24 meses de execução do edital, um número de 453% a mais do que se esperava. Já em relação ao desenvolvimento de startups, num período mínimo de seis meses, houve uma superação de 390% do que foi proposto.
"É importantíssimo para a Fapes. Uma satisfação especial poder acompanhar os resultados do fomento que a gente realiza em prol do ecossistema de ciência, tecnologia e inovação. Particularmente nesse painel, a gente pôde acompanhar a importância do fomento no desenvolvimento do ambiente de inovação em todas as regiões do Estado, como a combinação do fomento em parceria com o Sebrae, que permitiu desenvolver a vocação regional, local e, com isso, conectar empreendedores que têm ótimas ideias, ótimos negócios e estão prontos para desenvolver a nossa economia. É um caso de sucesso que precisa ser replicado. Vamos continuar apoiando e investindo no empreendedorismo capixaba", afirmou Rodrigo Varejão.
Painel sobre habitats na inovação
Após a abertura do evento, Rodrigo Varejão mediou o painel “Como sustentar e evoluir boas práticas na gestão de habitats”. O debate, realizado no Palco Acelera, contou com a presença de Marcos Suassuna, consultor da MEGA e coautor do modelo CERNE, e Artur Gibbon, diretor de ambientes e inovação da Anprotec, além de coordenador de relações institucionais na Universidade Federal do Rio Grande (FURG).
Os participantes debateram o tema compartilhando experiências e discutindo possíveis estratégias que possam ser adotadas para apoiar o desenvolvimento de habitats de inovação no Espírito Santo.
"O grande desafio econômico é manter viva a prática da governança, que é outra coisa que a gente tem muita dificuldade. A gente sabe fazer parceria, mas a gente tem dificuldade em colaboração. Coloquem a cadeira na calçada das empresas de vocês para terem a chance de conversar outras coisas, com outras dimensões, que não aquilo que a gente conversa dentro das próprias organizações da gente. Se ficarmos dentro do muro das nossas organizações, a gente vai falar no mesmo nível, a mesma língua, sempre. E a gente sabe. Então, bota a cadeira do lado de fora", aconselhou Marcos Suassuna.
"O que o Marcos (Suassuna) falou aqui hoje, dessas entregas rápidas, de três meses, é muito importante porque isso motiva. Alguns planos vão levar cinco, dez anos, e a gente por vezes não tem tempo de esperar, porque a inovação vai muito rápida. Então, essa entrega rápida motiva, motiva o sistema. Estamos falando de cultura, o sistema é uma cultura. Precisamos mudar e trazer mais pessoas, cada vez mais inclusão de pessoas diferentes para furar a nossa bolha", completou Artur Gibbon.
Sustentabilidade e inclusão fecham o dia
No Palco Plural, o gerente de Inovação da Fapes, Victor Guedes, e Juliana Lisboa, co-founder da Cidade Quintal, organização que, desde 2016, se dedica a transformar espaços e catalisar ações positivas pela cidade de Vitória, participaram do último painel do primeiro dia na ESX. Eles conversaram sobre o tema "Do descarte à oportunidade: inovação de resíduos sólidos", que faz parte da trilha sustentabilidade e inclusão.
“A gente abordou um pouquinho em relação à economia circular, falou um pouco das empresas que têm surgido aproveitando esse movimento dos resíduos sólidos, do material que é descartado. A Fapes é fundamental nesse processo. Lançou recentemente um edital de negócios de impacto com foco em cobertura florestal, o NISA. E são várias oportunidades, o (edital) Centelha está aí também no final do ano, que envolve essa área. É uma área que está muito na mídia, tem muitos negócios, uma perspectiva muito grande”, explicou Victor Guedes.
“Hoje em dia, as empresas acabam focando muito no desenvolvimento tecnológico, de como construir novos produtos, novos modelos de negócio e o descarte acaba ficando de lado. Então, talvez esse olhar para esses produtos que são descartados seja fundamental para o surgimento de novos negócios, que, às vezes, não está no radar dessas empresas”, complementou Guedes.
Estande Fapes na ESX
Além da participação em painéis, a Fapes está presente na Feira com um estande com diversas atrações. O espaço da Fundação conta com a exposição dos projetos de beneficiários em editais de Inovação, Pesquisa, Extensão e Formação Científica, apresentando seus resultados para o público em geral.
No estande, o público também pode se informar sobre o portfólio de editais que a Fundação disponibiliza e como se dá todo o seu trabalho de fomento do ecossistema de ciência, tecnologia e inovação no Estado. Por fim, há ainda uma atividade de interação, um “Quiz” sobre a Fapes, onde as pessoas podem testar seus conhecimentos sobre a instituição.
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