A Prefeitura de São Sebastião avança na construção de soluções integradas para a prevenção de desastres naturais. Em uma ação conjunta entre a Defesa Civil (ligada à Secretaria de Segurança Urbana), a Secretaria do Meio Ambiente (Semam) e o Gabinete, representantes do município se reuniram na quinta-feira (24/7) com especialistas da Universidade de São Paulo (USP).
O encontro teve como objetivo acompanhar o andamento dos estudos científicos voltados ao aprimoramento do mapeamento de áreas suscetíveis a deslizamentos no município. A iniciativa reforça o compromisso da gestão municipal com a segurança da população e com a formulação de políticas públicas baseadas em conhecimento técnico e cooperação institucional.
O primeiro encontro ocorreu em outubro de 2024. Com o avanço do projeto, o grupo coordenado pelo professor Carlos Henrique Grohmann, do Departamento de Geofísica do IAG-USP, apresentou um novo Modelo Digital de Terreno de São Sebastião, construído com dados de altímetro laser, que servirá para elaborar o mapa de suscetibilidade.
Para se ter uma ideia do avanço da pesquisa, os modelos digitais do relevo disponíveis anteriormente têm resolução no terreno de 30x30m, e os pesquisadores conseguiram chegar a 2x2m por pixel, o que é um ganho fundamental para a análise das áreas avaliadas.
A análise, que inclui técnicas avançadas de inteligência artificial, permite verificar a suscetibilidade a escorregamentos a partir de dados anteriores. “Analisamos cicatrizes em áreas onde já houve deslizamento de terra e com esse novo modelo, podemos identificar áreas que tenham as mesmas características, ou seja, podem correr os mesmos riscos”, antecipa Grohmann.
O projeto, que tem financiamento pela FAPESP, inclui o trabalho da doutoranda Rebeca Durço Coelho que faz uma análise mais profunda das condições do solo, principalmente nas áreas abertas pelo evento climático de 19 de fevereiro de 2023. Conforme ela, até o final do ano o modelo deve estar concluído.
Na avaliação do secretário adjunto da Semam, Daniel Mudat, esse trabalho vai permitir a atualização da base cartográfica do município e o novo mapa poderá ser linkado com a base georreferenciada que o município já utiliza pra a licenciamento e fiscalização ambiental. “Sabendo onde há riscos de novos eventos climáticos, por conta dessa suscetibilidade, o município já fica mais preparado até em termos de novas ocupações”.
Para o coordenador da Defesa Civil de São Sebastião, Ricardo Cardoso dos Santos, quanto melhor a resolução das imagens capturadas, mais a gestão pública consegue se preparar para correções e evitar outros desastres climáticos. “Essa parceria entra a Prefeitura e a USP é de fundamental importância que que estejamos sempre preparados e também preparando nossa comunidade”.
Ele ainda reforçou que esse estudo é importante e corrobora com o Plano Municipal de Redução de Riscos (PMRR) que foi recentemente atualizado.
Nesta sexta-feira, o grupo esteve em Cambury, e no Morro da Baleia, juntamente com agentes da Defesa Civil, para fazer novos voos e imagens áreas com o uso de drones. “Essa parceria com a Prefeitura é muito importante para que possamos ter acesso aos locais onde as pesquisas são realizadas”, agradeceu o professor Carlos Grohmann.
#PraTodosVerem:As imagens mostram momentos da reunião e das atividades de campo entre a equipe da Defesa Civil de São Sebastião e representantes da Universidade de São Paulo (USP). Na primeira foto, os participantes estão reunidos ao redor de uma mesa, no Centro de Gerenciamento de Riscos e Alertas, discutindo estratégias. Na segunda imagem, o grupo posa para uma foto institucional sorridente, à frente de telas com o brasão da Defesa Civil. Na terceira, a equipe está na praia de Cambury, de frente para uma área de mata, avaliando o local. Já na última imagem, dois profissionais da USP interagem ao lado de um drone posicionado no chão, em área gramada, demonstrando o uso da tecnologia em ações preventivas. Fim da descrição.