Geral Sergipe
Exibição do longa ‘O Último Azul’ movimenta o Cine Trianon no segundo dia do Fasc
Sessão teve casa cheia e atraiu público diversificado
21/11/2025 19h31
Por: Redação Fonte: Secom Sergipe

A tarde desta sexta-feira, 21, foi de casa cheia no Cine Trianon, que recebeu a exibição do longa-metragem convidado ‘O Último Azul’, dirigido por Gabriel Mascaro, dentro da programação oficial do Festival de Artes de São Cristóvão (Fasc). A sessão reuniu um público diversificado entre estudantes, moradores e visitantes que lotaram todas as 110 cadeiras do espaço em busca de uma experiência cinematográfica marcada por reflexão e apelo social.

O filme, com 90 minutos de duração e classificação indicativa de 14 anos, provocou reações intensas do público ao apresentar a história de Tereza, uma idosa de 77 anos que resiste ao plano governamental de deslocar idosos para colônias habitacionais isoladas. A narrativa da protagonista, que inicia uma jornada pela Amazônia, gerou debates para o público presente.

O ator Adanilo Costa, destacou o orgulho de ver o filme sendo exibido no Fasc, especialmente por ser um filme conectado à Amazônia. “É um filme que foi inteiramente gravado no Amazonas, em três cidades. O elenco é composto majoritariamente por pessoas do Amazonas, a equipe técnica também tem muita gente do Amazonas. Então, poder levar um pouco dessa cultura que é tão cara para mim, uma das minhas pautas na vida é sempre falar de Manaus, do Amazonas, desse território a qual pertenço. E acho que esse filme retrata muito bem parte da nossa cultura, e trazer isso pra cá, para esse festival, que é um festival grandioso, com uma programação é enorme, um montão de gente vem acompanhar, é muito bonito. Estou muito feliz, muito honrado de estar aqui”, enfatizou.

A presença do ator Adanilo Costa, integrante do elenco e um dos nomes mais celebrados da nova geração do audiovisual brasileiro, foi um dos destaques da programação. Artista manauara e indígena, ele comentou os desafios da preparação do filme, falou sobre sua relação com a narrativa e ressaltou a importância da representação indígena em obras de grande alcance.

O público reagiu com entusiasmo às reflexões trazidas pelo autor, que também comentou sua trajetória em produções como ‘Noites Indígenas’, ‘Marighella’, ‘Oeste Outra Vez’ e nas novelas e séries em que atuou.

O coordenador responsável pelo Cine Trianon, Neto Astério, destacou que a presença do cinema na programação do Fasc reforça o compromisso do festival com a pluralidade de expressões artísticas. Segundo ele, das 30 obras que serão exibidas, 29 são sergipanas, evidenciando a força da produção local. “Hoje, exclusivamente, exibimos o longa-metragem convidado, que já é uma tradição na nossa programação. Ano a ano, convidamos um filme brasileiro que está em evidência e sempre convidamos alguém da equipe, do elenco, para dialogar e para ter essa experiência frente a frente com o público sergipano. Na edição de 2025 convidamos ‘O Último Azul’, que é dirigido por um pernambucano que ganhou o Urso de Prata em Berlim, um festival importantíssimo da Alemanha. Todas as nossas 110 cadeiras estão preenchidas, há em torno de 20 pessoas pelo chão, em pé. Então, isso evidencia que há interesse do público, que o cinema possui demanda, que é muito importante que a gente continue fazendo esse diálogo, não só internamente, para que Sergipe se veja, mas, também, a nível interestadual, a nível internacional, com os filmes que são convidados para compor a programação", ressaltou.

A estudante de Ciências Sociais da UFS, Maiara Quaranta, avaliou a experiência de assistir O Último Azul no Fasc como “indescritível”, ressaltando que o festival permite vivenciar contextos culturais que dificilmente seriam acessados em outras circunstâncias. "A gente conhece e fica imerso numa cultura e um filme como esse contribui enormemente para a nossa experiência. É muito importante estarmos com os nossos colegas, também, os nossos amigos, e conseguir debater e participar desses encontros. Eu jamais imaginaria que em algum momento a gente pudesse viver uma oportunidade tão incrível culturalmente e acessar um conhecimento tão grande como aqui com essa sessão de cinema no festival. Foi incrível", expressou.

A estudante de Ciências Sociais e amiga de Maiara, Felicia Clark Nunes Teles, destacou a importância de ter acesso gratuito ao cinema dentro do Fasc. "A sessão foi incrível, fez emergir nessa cultura e também trouxe assuntos muito importantes, principalmente sobre pensar nessa perspectiva da velhice feminina, esse protagonismo feminismo, foi muito importante e eu gostei bastante", afirmou.

No final da sessão, o público permaneceu no espaço para participar de um diálogo com o ator Adanilo Costa. O debate foi mediado por Wesley Pereira de Castro, pesquisador de cinema e mestre em Comunicação Social pela Universidade Federal de Sergipe (UFS).

Encerrada com aplausos, a sessão se tornou um dos destaques da programação do dia no Fasc e ampliou o espaço para narrativas que provocam, emocionam e instigam o público a olhar o mundo sob novas perspectivas.

Sobre o Fasc

O Festival de Artes de São Cristóvão consolidou-se desde a década de 1970 como um dos maiores encontros culturais do Nordeste, reunindo artistas locais e de diversas partes do país em múltiplas linguagens artísticas. Após um intervalo em 2005, o evento retornou em 2017, reafirmando o papel de São Cristóvão como um importante polo de produção e difusão cultural no Brasil.

Com palcos espalhados pelo Centro Histórico e também em diferentes bairros, o Fasc oferece uma vivência completa, que integra música, teatro, dança, literatura, artes visuais, cinema e outras expressões, celebrando a riqueza cultural da quarta cidade mais antiga do país.

O Fasc é apresentado pelo Ministério da Cultura, com realização da Prefeitura de São Cristóvão, por intermédio da Fundação Municipal do Patrimônio e da Cultura João Bebe Água (Fumpac) e do Encontro Sancristovense de Cultura Popular e Outras Artes (Escoa); Governo do Estado de Sergipe, através da Fundação de Cultura e Arte Aperipê (Funcap) e Governo do Brasil. O Festival conta ainda com patrocínio da Celi, Banco do Nordeste, Iguá Sergipe, Ecoparque Sergipe e Caixa. O apoio fica por conta da SE – Sistema Engenharia, Colortex Tintas, Unir Locações e Serviços e Vitória Transportes.

Adanilo Costa
Neto Astério
Maiara Quaranta
Felicia Clark