A Superintendência da Polícia Técnico-Científica de São Paulo (SPTC) formou 177 novos peritos criminais, alcançando a segunda maior turma em 15 anos. O evento foi realizado no auditório da instituição, no Butantã, zona oeste da capital, nesta quarta-feira (3).
A formatura marca a conclusão de um curso iniciado em julho pela Academia de Polícia (Acadepol), que combinou formação profissional e pós-graduação em criminalística e ciência forense.
Com a incorporação dos novos policiais, a SPTC atinge 207 peritos formados somente neste ano. Eles fazem parte do concurso lançado pelo governo paulista em 2023. Com o novo contingente, o déficit na carreira reduz para 7,4% na Polícia Técnico-Científica de São Paulo.
“Desde o início da gestão estamos fazendo esse esforço para recompor os quadros das forças de segurança. Esses novos peritos vão reforçar o trabalho forense em todo o estado”, afirmou o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Osvaldo Nico Gonçalves.
O superintendente da Polícia Técnico-Científica, Claudinei Salomão, destacou que a chegada dos profissionais “fortalece a capacidade do estado de produzir provas técnicas com rigor científico, ampliando a qualidade e a precisão das investigações.”
“Essa formatura renova não só o efetivo, mas a força da Polícia Científica em todo o território paulista, reforçando nosso compromisso de garantir que cada caso seja conduzido com verdade, ciência e justiça, oferecendo à sociedade respostas mais céleres, qualificadas e confiáveis”, continuou Salomão.
Durante a cerimônia, foram homenageados os três primeiros colocados da turma: Marcellus Henrique de Melo Lera, Nicolas Bonfim dos Santos e Lucas Santacatharina da Silva.
A classificação final, que reflete o desempenho dos alunos nas aulas e avaliações, determina a ordem de escolha do local de trabalho, sujeita à disponibilidade de vagas nas unidades da Polícia Científica em todo o estado.
Os 177 profissionais serão distribuídos para todas as regiões do estado, mas a maior parte (126 peritos) reforçará as equipes da capital paulista e da Região Metropolitana, onde se concentram os maiores volumes de ocorrências e laudos periciais.
Os demais ficarão em Campinas (12), Americana (12), Sorocaba (7), Santos (6), Araçatuba (3), Araraquara (3), Ribeirão Preto (3), Presidente Prudente (2), Bauru (1), São José do Rio Preto (1) e São José dos Campos (1).
A chegada desse contingente deve impactar diretamente a capacidade investigativa das forças de segurança. O trabalho do perito criminal é considerado decisivo para a elucidação de crimes porque fornece provas técnicas, reconstrução objetiva dos fatos e análises que sustentam decisões de delegados, promotores e juízes.
A perícia é responsável por transformar vestígios em evidências científicas, reduzindo subjetividade em investigações e evitando tanto condenações injustas quanto impunidade. “Em um cenário de criminalidade cada vez mais complexa, com fraudes digitais, armas modificadas, análise genética, balística avançada e perícias ambientais, o reforço de quadros significa ganho de velocidade e precisão na produção de laudos”, avaliou o superintendente da SPTC.
Desde 2023, o governo paulista incorporou 11.231 novos policiais, sendo 403 técnico-científicos, entre peritos e médicos-legistas.
Outras 136 formações já estão em andamento e devem ser concluídas no primeiro bimestre de 2026, incluindo 105 médicos-legistas e 31 peritos.
A SPTC também passou por renovação estrutural recente, com a entrega de 45 viaturas (R$ 9,7 milhões) e R$ 47,8 milhões em obras, como a reforma do laboratório de balística, do Instituto Médico-Legal (IML) Sul e do Núcleo de Biologia e Química da capital.