A cultura do Afoxé Filhos de Iemanjá vai movimentar Paranaguá, no Litoral do Estado, neste sábado (22). Cerca de 800 pessoas devem ser atraídas para a cidade em busca da fé e cultura. A ação conta com o apoio do Grupo de Trabalho do Turismo Religioso, vinculado à secretaria estadual do Turismo (Setu).
A programação envolve um cortejo com saída da Igreja São Benedito – local histórico e simbólico da resistência negra na cidade –, passando pelas ruas do Centro Histórico de Paranaguá, até o trapiche da Beira Mar, onde serão entregues as oferendas a Iemanjá.
Para Alessandra de Paula Xavier, representante da Setu no GT do Turismo Religioso, o evento vem ao encontro do trabalho na Secretaria cujo foco é a inter-religiosidade do povo paranaense. “O Afoxé dos Filhos de Iemanjá representa exatamente isso. A nossa atuação é voltada às quatro matrizes principais: a africana, a indígena, a oriental e a ocidental”, disse.
O evento é promovido pela Associação Cristã de Estudos da Fraternidade e Irmanada (Acefi), em parceria com a Prefeitura de Paranaguá e o Instituto Histórico e Geográfico de Paranaguá (IHGP). Esta é a 7ª edição do Afoxé Filhos de Iemanjá.
AFOXÉ- O Afoxé é uma manifestação cultural inter-religiosa que envolve música, dança, canto e muita tradição. O evento em Paranaguá tem como objetivo valorizar a diversidade cultural e religiosa da cidade, além de promover o respeito e a tolerância entre as diferentes tradições.
Lederson Souza, presidente da Acefi e organizador do evento, destaca que o Afoxé é uma tradição no Brasil há quase 200 anos. “Na Bahia, ele é uma manifestação muito forte, a exemplo do que existe no Ceará e em Sergipe. Afoxé quer dizer orixá na rua, ou seja, a ancestralidade e os elementos que acontecem dentro dos barracões e de terreiros na rua. Essa fé nasce de estivadores, pois foram eles que trouxeram para o Brasil o primeiro afoxé com os afrodescendentes também de escravos africanos”, explicou.
Segundo Eliseu Rocha, coordenador do GT do Turismo Religioso do Paraná, o Afoxé vem como uma forma de mostrar as diversas expressões religiosas do Estado, reafirmando o espírito de integração, o diálogo e o respeito entre as diversas religiões. “Focamos muito também na geração de empregos e renda, no fomento turístico e oportunidades de crescimento para o Turismo Religioso do Estado”, afirmou.