Economia Negócios
Entre extremos, mercado fitness procura espaço no Brasil
Sebastião Paulino, fundador do ENAF e empresário do segmento, indica estratégias e espaços para fomentar melhores índices do universo fitness
11/03/2025 14h58
Por: Redação Fonte: Agência Dino

Nos últimos anos, o mercado fitness no Brasil tem mostrado um crescimento expressivo, impulsionado pelo aumento da preocupação com a saúde e a qualidade de vida. Muito além das academias, o setor envolve uma ampla gama de produtos e serviços, como vestuário esportivo, suplementos alimentares, equipamentos de treino e profissionais especializados, como personal trainers, nutricionistas, terapeutas e fisioterapeutas. 

No entanto, o Censo Fitness 2022 aponta desafios significativos, especialmente no que diz respeito à qualificação da mão de obra e à adaptação dos modelos de negócios. O estudo revelou que 70,4% das empresas investem menos de R$ 2 mil por ano em capacitação de equipe, e o valor médio investido por funcionário é inferior a R$ 1,40 por mês.

Essa falta de investimento em treinamento, segundo os pesquisadores, reflete uma “acomodação paradigmática” do empresariado, que pode comprometer a qualidade dos serviços oferecidos. Além disso, se em 2021 o maior desafio dos gestores era manter o fluxo de caixa, em 2022 passou a ser aumentar as vendas. No entanto, 100% das empresas diminuíram seu foco em marketing, o que levanta uma questão fundamental: como esperar um crescimento nas vendas sem um esforço consistente de comunicação e adaptação ao novo perfil de clientes?

“Diante desse cenário, é evidente que o mercado fitness tem um grande potencial para expansão, mas precisa se reinventar para atender às novas demandas dos consumidores. Isso passa por uma abordagem mais profissional na gestão, maior qualificação dos instrutores e personal trainers, além de um alinhamento entre os serviços oferecidos e as expectativas do público”, aponta Sebastião Paulino, empresário e profissional de educação física.

A grandiosidade do mercado fitness é tamanha que motivou Paulino, por exemplo, a criar um evento especializado neste mercado, e que movimentam milhões de reais e reúnem milhares de profissionais e entusiastas do setor. Um dos maiores exemplos disso é o Encontro Nacional de Atividade Física (ENAF), que, em sua 21ª edição, acontecerá entre 20 e 23 de março, em Belo Horizonte.

Este ano, o ENAF será realizado no Centerminas Expo e promete atrair mais de 15 mil participantes e 2 mil congressistas. Com uma programação diversificada, o evento contará com exposições, palestras, workshops e competições, reunindo mais de 50 marcas e 70 palestrantes renomados. Entre os destaques estão temas como gestão de academias, novas tendências do mercado, treinamento funcional e nutrição esportiva.

“O ENAF sempre teve como missão conectar o setor fitness e fomentar a profissionalização. Hoje, mais do que nunca, precisamos de um mercado qualificado, que entenda as novas demandas do público e saiba entregar um serviço de excelência”.

Além das palestras e workshops, o evento também receberá a competição de fisiculturismo Muscle Contest BH Challenge, que acontecerá no dia 23 de março e reunirá atletas em sete categorias diferentes. Outro ponto alto será o Fit Connect Summit, um espaço exclusivo para gestores e proprietários de academias, no qual serão discutidas as projeções e desafios do setor.

Futuro

Paulino, antes mesmo do ENAF acontecer, já demonstra certa segurança com o futuro fitness, no Brasil, e suas possibilidades margeadas. “O mercado fitness no Brasil está longe de atingir seu teto de crescimento. Com a crescente valorização da saúde e bem-estar, há espaço para inovação e profissionalização em diversos segmentos, desde as academias até a moda esportiva, passando pela nutrição e fisioterapia”, discursa.

No entanto, para que esse potencial se concretize, é fundamental atentar para as expectativas não somente da demanda já existente, mas também pela expectativa do consumidor, acredita o fundador do ENAF. “É preciso que empresários e profissionais invistam em capacitação, melhorem suas estratégias de marketing e estejam atentos às mudanças no comportamento dos consumidores. O sucesso do setor não depende apenas do aumento da demanda, mas da capacidade de adaptação e inovação de quem nele atua”.