A Sanepar marcou presença no diálogo setorial sobre resíduos sólidos urbanos - experiências exitosas e os mecanismos de cobrança, realizado no 33º Congresso da Associação de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes), que aconteceu em São Paulo e foi encerrado nesta quarta-feira (28). Diretores e profissionais da companhia também participaram de painéis que discutiram o licenciamento ambiental simplificado e o planejamento financeiro para agilizar a universalização do saneamento no País.
Júlio Gonchoroski, diretor de Meio Ambiente e Ação Social da Sanepar, destacou que os desafios são grandes na área de licenciamento e outorga. Segundo ele, a mobilidade da legislação precisa alcançar o setor de saneamento, porque a demora impede ou dificulta a universalização dos serviços no país.
As mudanças climáticas e os eventos extremos reduzem os rios, afetando a captação de água ou o lançamento dos efluentes tratados. Por conta disso as empresas buscam melhorar a qualidade dos efluentes para lançar de volta ao rio. No entanto, segundo ele, não haverá avanços enquanto o setor de saneamento for considerado poluidor.
“O Brasil há cinco anos aprovou o marco de saneamento. E entre os desafios para atingirmos esses 90% de tratamento de esgoto e 100% de abastecimento de água estão as licenças ambientais. Diferentes em cada estado, em cada região, as licenças ambientais têm se mostrado um desafio ainda maior do que o grande desafio da universalização”, disse.
“Com a nova discussão das licenças a nível federal, que está acontecendo no congresso, e da legislação, que foi aprovada no Paraná, é o momento de discutirmos seriamente o saneamento. Não como uma atividade poluidora, como ele é tratado, mas sim como um instrumento de qualidade de vida, de saúde pública e desenvolvimento para as pessoas”, completou Gonchoroski.
PARCERIA COM MUNICÍPIOS– O diretor de Inovação e Novos Negócios, Anatalício Risden Júnior, apresentou o modelo de arrecadação da Sanepar na gestão de resíduos sólidos urbanos. A companhia realiza o reaproveitamento dos resíduos recebidos, como por exemplo na ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) Belém, onde é feita a biodigestão de resíduos orgânicos e tratamento do lodo de esgoto, gerando, inclusive, energia limpa.
Como forma de cobrança, em parceria com os municípios que optaram pelo serviço, foi aplicado um valor na fatura de água, o que também auxilia no aumento da receita. “Para a população, isso se reverte em melhorias da qualidade de vida e do meio ambiente”, disse Risden.
“A Sanepar tem condições de atender todas as cidades na destinação correta dos resíduos, mas isso depende de uma articulação com os municípios. A Companhia tem buscado fortalecer esse diálogo com as prefeituras, em busca de exercer essa visão da empresa que está em seu DNA e em seu compromisso com o meio ambiente e a saúde dos paranaenses”, afirmou.
FINANCIAMENTO– Como financiar o setor para atender os que não possuem serviço de saneamento foi o foco da participação do assessor da Diretoria da Presidência da Sanepar, Marcus Venicio Cavassin, no último dia do evento. Ele compartilhou as estratégias da Companhia.
Ainda que a cobertura de esgoto pela empresa ultrapasse 80%, muitos municípios, sobretudo em regiões rurais, não têm este serviço. Cavassin destaca que, para implantar saneamento básico nessas localidades, é necessário enfrentar fatores que dificultam o financiamento, como o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) baixo, as questões geográficas para a implantação de infraestrutura mais complexa, além da baixa capacidade de pagamento.
Para administrar de forma efetiva a universalização e levar o serviço, o assessor explicou que a Sanepar, por meio da divisão do Paraná em microrregiões, mudou a forma de cobrança de tarifa e uniformizou os prazos. “O foco é priorizar diretamente os municípios que ainda não têm esgotamento sanitário, garantindo mais investimentos para essas regiões. Como são muitos investimentos e os prazos eram pequenos, aumentamos e uniformizamos os prazos das obras, o que nos dá maior elasticidade para cumprir as metas”, explicou.
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