Cerca de 500 profissionais de saúde da Santa Casa participaram da "SantCom 2025", a primeira semana voltada à comunicação efetiva como instrumento de cuidado seguro ao paciente. A programação contou com atividades lúdicas, dinâmicas e palestras que estimularam a reflexão sobre a importância da troca clara e precisa de informações no ambiente hospitalar — desde os registros em prontuários até o diálogo entre profissionais e a interação com pacientes e familiares.
Segundo a administradora Martha Lima, da Assessoria de Qualidade da Santa Casa e integrante da comissão organizadora, a proposta foi inovadora e envolvente. "Trabalhamos o ‘Santa Flix’, trazendo um filme como ponto de partida para discutir a comunicação entre profissionais de saúde e pacientes. Tivemos também um podcast com cenas para análise, e um game interativo, com perguntas sobre as Práticas Organizacionais Obrigatórias. A semana foi encerrada com um Júri Simulado, porque a dramatização toca emocionalmente e, quando algo nos impacta, aprendemos de verdade", explicou.
No júri simulado, a médica Norma Assunção, diretora assistencial da Santa Casa, interpretou o papel de juíza. Ela destacou a importância de metodologias ativas para a formação contínua da equipe. "A encenação provoca reflexão sobre nossas próprias posturas. Quando a atividade nos remete à prática real, conseguimos identificar o que estamos fazendo corretamente — ou não. Isso favorece o desenvolvimento profissional e aprimora a assistência que oferecemos", afirmou.
A encenação também impactou o público, como relatou a enfermeira Simone Fernandes, responsável técnica do centro cirúrgico pediátrico. "Temos várias legislações que regulamentam os registros em prontuário. Esses registros precisam ser claros, concisos, éticos e responsáveis. A dramatização mostrou exatamente a importância disso, com uma abordagem que nos envolveu como espectadores e profissionais", avaliou.
A comunicação efetiva, tema central da semana, faz parte das chamadas Práticas Organizacionais Obrigatórias (ROPs) — um conjunto de ações essenciais para garantir a segurança do paciente. Além da comunicação clara e eficaz, integram as ROPs:
Identificação correta do paciente:em todas as etapas do cuidado, para garantir que o atendimento seja feito à pessoa certa.
Uso seguro de medicamentos:com atenção à prescrição, dispensação e administração.
Cirurgia segura:assegurando que o procedimento seja feito no paciente certo, no local correto e conforme o planejamento.
Higienização das mãos:uma medida simples e de baixo custo, mas essencial na prevenção de infecções.
Prevenção de quedas e lesões por pressão:para reduzir riscos durante a internação.
Norma Assunção reforça que a boa comunicação é o alicerce de todas essas práticas. "Seja no prontuário, na passagem de plantão ou na transferência de cuidados, tudo o que fazemos para melhorar a comunicação impacta diretamente na qualidade do atendimento. E quem ganha com isso é o paciente, que é nosso foco maior", finalizou.
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