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Sema e Inema promovem palestra sobre importância das condicionantes ambientais na conservação da arara-azul-de-lear

Nesta sexta-feira (6), como parte das atividades da Semana do Meio Ambiente, a Secretaria do Meio Ambiente (Sema) e o Instituto do Meio Ambiente e ...

06/06/2025 às 23h31
Por: Redação Fonte: Secom Bahia
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Foto: Matheus Lemos/Sema|Inema
Foto: Matheus Lemos/Sema|Inema

Nesta sexta-feira (6), como parte das atividades da Semana do Meio Ambiente, a Secretaria do Meio Ambiente (Sema) e o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) promoveram a palestra “O Papel das Condicionantes Ambientais na Conservação da Arara-azul-de-lear”, ministrada pela bióloga e pós-doutoranda do Departamento de Biologia Animal da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) Dra. Érica Pacífico. O evento aconteceu na sede da Sema, em Salvador, com transmissão ao vivo para as unidades regionais, ampliando o alcance da iniciativa.

A especialista em Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Inema, Sara Alves, aproveitou a ocasião para lembrar aos participantes que a primeira área de soltura de fauna silvestre cadastrada no estado foi a da Fazenda Cercadinho, em Campo Formoso. A área é destinada exclusivamente à soltura da arara-azul-de-lear, espécie com a qual Érica vem trabalhando intensamente. “A cada soltura, acompanhamos o projeto junto com o Inema, que foi responsável pelo cadastro da área. A partir daí, nos tornamos parceiras nessa jornada de conservação, especialmente dessa espécie retirada da Caatinga”, destacou a especialista lotada na Coordenação de Gestão de Fauna (CGFAU).

Com mais de 15 anos de dedicação à conservação da Arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari), espécie endêmica da Caatinga baiana, Érica, que também é líder do grupo de pesquisa aplicada à conservação da arara-azul-de-lear na universidade, compartilhou sua trajetória de trabalho à frente de projetos de pesquisa e manejo da ave, que já esteve criticamente ameaçada de extinção.

Ela explica que, atualmente, 89% das áreas naturais da Caatinga foram convertidas para sistemas agrícolas, resultando em uma perda significativa de habitat para diversas espécies, incluindo a arara-azul-de-lear. “Isso significa uma perda de hábitat enorme, e associado a isso, a gente entende que existe um processo de sobrepastoreio que é relativo do sistema de cultura de pecuária extensiva que existe no sertão, além das comunidades de fundos de passo, que causam um impacto importante na vegetação da caatinga”, completa a especialista.

No entanto, a pesquisadora ressaltou que as condicionantes ambientais (medidas previstas nos processos de licenciamento de empreendimentos) podem e devem ser utilizadas como ferramentas estratégicas para garantir a proteção de espécies ameaçadas como a arara-azul-de-lear. Ela apresentou os avanços do Projeto de Soltura Monitorada no Boqueirão da Onça, onde a reintrodução bem-sucedida da espécie já resultou em reprodução natural, com o nascimento de filhotes em ambiente selvagem, após décadas de ausência.

Além disso, também foi destacada a importância da integração entre os órgãos ambientais, como o Inema e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), para o delineamento das ações prioritárias voltadas à conservação das aves da Caatinga, por meio do Plano de Ação Nacional.

Fonte: Ascom/Sema

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