Início do fim de semana em celebração ao São João, a noite desta sexta-feira, 20, foi marcada por muito forró pé de serra no Arraiá do Povo. A realização do Governo do Estado levou milhares de sergipanos e turistas à Praça de Eventos da Orla da Atalaia, em Aracaju, para dançar e curtir ao som do estilo marca do período junino. Erivaldo de Carira, Jorge de Altinho, Geraldo Azevedo, Santanna, o Cantador, e Joba encantaram o público com repertório repleto de clássicos atemporais.
Artista sergipano com longa trajetória na música, Erivaldo de Carira abriu a noite de shows com uma sanfona afinada e canções que marcaram época. A programação voltada ao forró tradicional foi destacada por ele como de grande importância para manter vivas as tradições juninas. “Essa é a nossa cultura e não podemos deixá-la morrer. Estou muito feliz, orgulhoso e muito grato por poder tocar no palco para tanta gente. Parabenizo o Governo do Estado por esse grande evento”, ressaltou.
Durante 30 dias, o Arraiá do Povo conta com atrações musicais diversas, que abrangem várias vertentes de forró e, ainda, gêneros como brega e arrocha. Mas, ao mesmo tempo, há fomento às tradições. Foi isso que defendeu Jorge de Altinho, que subiu no Palco Rogério após Erivaldo de Carira, para continuar embalando os forrozeiros com muita animação e alegria. “É muito salutar ter uma noite só com o forró pé de serra, reforçando nossas manifestações culturais. Também há shows para todos os nichos, e isso mostra como o governo agrada a todos”, destacou.
Um dos nomes mais esperados da noite, Geraldo Azevedo emocionou quem estava na arena de shows com músicas marcantes dos seus mais de 50 anos de carreira. Na avaliação do cantor pernambucano, o fortalecimento do forró pé de serra é crucial para a cultura nordestina. “É o segundo ano que venho ao Arraiá do Povo, o melhor São João à beira-mar do Brasil e uma festa muito autêntica. Precisamos parabenizar essa ideia, o Governo de Sergipe e o público, que sempre vem, confraterniza e canta com a gente. É um festejo muito autêntico”, afirmou.
A noite de xote foi encerrada por Santanna, o Cantador, que finalizou a sequência de apresentações com uma compilação que mesclou trabalhos de destaque da sua carreira com obras mais recentes. Segundo ele, o Arraiá do Povo ganhou grandes proporções por ser um evento diferente, e a programação desta sexta representa isso. “Temos que valorizar e reforçar nossa principal cédula enquanto nordestino, que é a nossa cultura. O Nordeste é uma nação porque nação é o que você leva dentro de si. Me sinto muito bem tocando para esse povo; um verdadeiro nacional nordestino”, enfatizou.
Palco 360º
Nos intervalos dos shows, o sergipano Joba garantiu que ninguém ficasse parado na Praça de Eventos da Orla da Atalaia. Novidade da edição deste ano do festejo, o Palco 360º manteve o alto clima de animação do público, que pôde aproveitar em uma dinâmica diferente, com uma proximidade maior do artista.
Para Joba, tocar na mesma noite que grandes nomes do forró nordestino é motivo de orgulho. “Me considero da nova geração, e poder ter contato com grandes nomes como os de hoje é inspirador. É uma satisfação enorme, pois já é o terceiro ano consecutivo que me apresento no Arraiá do Povo. O Palco 360º foi uma inovação muito boa porque faz com que todo mundo continue dançando, sem grandes pausas”, classificou.
Público
Há cinco anos, o paulista Marcos de Souza viajou para Sergipe a passeio. Gostou tanto do estado que decidiu morar em Aracaju, e o São João é um dos motivos por trás da mudança. Aposentado, ele contou que não perde a chance de curtir um bom forró pé de serra. “É de uma riqueza enorme. É um forró que mantém as raízes, as tradições. Acho que ele é mais poético, mais romântico. Vim hoje com meus amigos, mas já viemos em outros dias para ver, por exemplo, Zezo e Skama de Peixe”, contou.
De Aracaju, a guia turística Mariana Guimarães Carvalho mora no Rio Grande do Norte, mas sempre visita a capital sergipana na época junina. Para ela, o forró tradicional é, sobretudo, representatividade. “Este aqui é o raiz. Todos os estilos de forró são bons, mas o pé de serra é diferente. Está no sangue da gente. Gosto muito, e trouxe a criançada para acompanhar”, relatou ela, que visitou a Praça de Eventos acompanhada pela família.
Já o professor José Oliveira de Freitas disse ter saído de casa atraído pela maratona de apresentações de forró tradicional. Na avaliação dele, a valorização do gênero contribui para dar mais espaço aos artistas do ritmo musical. “Tem que dar oportunidade para todo mundo, mas o tradicional tem que estar em primeiro lugar, pois não podemos deixar essa cultura morrer. Venho todos os anos para o Arraiá do Povo, principalmente no dia do forró pé de serra”, revelou ele, que levou a esposa e o filho para curtir o maior arraiá à beira-mar do Brasil.
País do Forró
O Arraiá do Povo e a Vila do Forró são uma realização do Governo de Sergipe, por meio da Fundação de Cultura e Arte Aperipê de Sergipe (Funcap) e do Banese, em parceria com o Ministério da Cultura, por meio da Lei Rouanet de Incentivo à Cultura. O projeto conta com o apoio da Energisa, Aperipê TV, Netiz, TV Atalaia, Prefeitura de Aracaju, FM Sergipe e TV Sergipe; e com o patrocínio da Eneva, Iguá Saneamento, Maratá, GBarbosa, Sergas, Deso, Pisolar, Celi Engenharia, Rede Primavera Saúde, SEGV e Indra.
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