Foram 35 anos de espera e muita luta até que, na tarde desta quarta-feira, 25 de junho, as 119 famílias que ocupavam a antiga Favelinha do Gonzaga receberam a matrícula que oficializa a posse dos imóveis. Ao longo desses anos, o que era favela transformou-se no Residencial São José Operário e passou a contar com a infraestrutura básica — redes de água e esgoto, guias e asfalto, além de rede elétrica e iluminação pública.
Apesar disso, os moradores reivindicavam, desde 1990, o reconhecimento oficial de que são proprietários das casas erguidas no local. O principal líder do processo de regularização, o senhor José Bonfim — conhecido como Zé da Bota — faleceu em 2011 e deixou para a filha, Vera Lúcia Bonfim Mendonça, a missão de continuar essa batalha política, judicial e burocrática.
“Ele costumava dizer para a gente: ‘Eu posso não ver o bairro regularizado, mas vocês receberão a matrícula’”, conta a filha, visivelmente emocionada.
Viúva de Zé da Bota e mãe dos seus doze filhos, Arlinda Maria de Jesus Bonfim foi homenageada durante a cerimônia de entrega das matrículas, evento que ocorreu na rua Arlindo Biasi — principal via do bairro. Aos 83 anos, ela recebeu a pasta com a documentação das mãos da secretária de Habitação de Rio Preto, Sandra Reis.
“É importante a gente vir até aqui e, junto aos moradores, mostrar que estamos com eles nessa luta e que, finalmente, chegamos a esse momento tão aguardado. O Poder Público continua atento às necessidades dessas famílias”, comentou a secretária.
Após a cerimônia, todos os moradores presentes receberam a matrícula em mãos, mediante assinatura do comprovante de recebimento. Aqueles que não puderam comparecer podem retirar o documento na sede da Secretaria de Habitação, localizada na rua Coronel Spínola de Castro, 3565, no Centro.
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