De acordo com o painel intergovernamental sobre mudanças climáticas (IPCC), o aquecimento em várias regiões do Brasil já é maior que a média global. Em alguns pontos do país, as médias das temperaturas máximas aumentaram, ao longo dos anos, em até 3 graus celsius. Diante desse cenário, os estudantes Lara Geovana, Melissa Fideles e Oliver Santos, do Colégio Estadual de Tempo Integral Maria Otília Lutz, do município de Luís Eduardo Magalhães, orientados por Fernanda Gering, desenvolveram uma tinta refletiva sustentável, feita com ingredientes naturais e de baixo custo, que pode amenizar o calor em comunidades carentes.
Segundo a orientadora do projeto, a fórmula é totalmente sustentável com ingredientes presentes no dia a dia, como goma arábica, argila branca e beterraba. “A escolha foi baseada em pesquisas bibliográficas que apontaram o baixo custo e a sustentabilidade desses materiais. Além disso, consideramos a fácil disponibilidade desses recursos naturais em nossa região, o que reforça o compromisso do projeto com a realidade local e com a acessibilidade das comunidades de baixa renda”, afirma Fernanda.
Embora tenham testado pó de urucum, o grupo optou pela beterraba por oferecer uma coloração mais clara e com maior capacidade refletiva, ideal para diminuir a temperatura do ambiente onde a tinta é aplicada. O processo de fabricação é pensado para ser acessível mesmo em contextos com poucos recursos. “Todo o processo é feito de forma artesanal e cuidadosa, visando garantir a homogeneidade da mistura e o bom desempenho da tinta em refletir a luz solar”, explica Fernanda.
O maior desafio, segundo a professora, foi manter o equilíbrio entre sustentabilidade e eficiência térmica. A equipe pensou em um produto sustentável e de fácil acesso desde a manipulação até o consumo. “A atenção constante à proporção dos materiais e à homogeneização da tinta foi fundamental para assegurar um produto sustentável e eficiente, mostrando à população que a ciência pode ser usada para resolver problemas reais da comunidade e gerar consciência ambiental”, destaca.
Os estudantes planejam dar continuidade à pesquisa, testando novas combinações de cores e expandindo as possibilidades de aplicação da tinta. Apesar do foco atual estar na construção civil, o grupo acredita no potencial da fórmula em outras superfícies. “Queremos continuar pesquisando e criando alternativas que cuidem do meio ambiente e impactem positivamente as comunidades”, enfatiza Fernanda, que conta com apoio da Secretaria da Educação (Sec).
Bahia Faz Ciência
A Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) estreou no Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador Científico, 8 de julho de 2019, uma série de reportagens sobre como pesquisadores e cientistas baianos desenvolvem trabalhos em ciência, tecnologia e inovação de forma a contribuir com a melhoria de vida da população em temas importantes como saúde, educação, segurança, dentre outros. As matérias são divulgadas semanalmente, sempre às segundas-feiras, para a mídia baiana, e estão disponíveis no site e redes sociais da Secretaria. Se você conhece algum assunto que poderia virar pauta deste projeto, as recomendações podem ser feitas através do e-mail ascom@secti.ba.gov.br .
Fonte: Ascom/Secti
Mín. 11° Máx. 19°