A Linha 6-Laranja de metrô usará trens de fabricação nacional e de alta tecnologia para conectar a região da Brasilândia, na zona norte, à Estação São Joaquim, no centro da capital. A primeira composição foi entregue nesta quinta-feira (10) no Pátio Morro Grande, zona norte da capital. Com certificação de boas práticas sustentáveis, os trens possuem tecnologias que incluem reaproveitamento da tecnologia gerada pelo movimento dos carros. A operação da Linha 6-Laranja está prevista para o segundo semestre de 2026.
Ao todo, serão 22 trens, com seis carros cada, totalizando 132 carros atendendo ao ramal diariamente. O primeiro trecho, entre a Brasilândia e Perdizes , será entregue em 2026 e o segundo trecho, entre as estações Perdizes e São Joaquim, em 2027. A Linha 6 é conhecida como “linha das universidades”, porque atenderá diretamente sete instituições de ensino superior e outras quatro de forma indireta.
A fabricação dos trens é feita pela Alstom em uma unidade industrial localizada na cidade de Taubaté, interior de São Paulo.
A produção começou em 2024 e, agora, os primeiros equipamentos seguem para testes no Pátio Morro Grande. Os carros partiram de Taubaté em carretas até chegarem na zona norte da capital, onde foram montados para os testes.
Os trens da Linha 6-Laranja são feitos de aço inoxidável, proporcionando alta resistência e durabilidade superior a 40 anos. Com esse material, os trens da Linha 6 são mais leves que aqueles produzidos com o aço carbono convencional. Assim, eles também demandam menos energia no deslocamento.
Além disso, os equipamentos contam com a tecnologia de frenagem regenerativa, que permite os trens reaproveitarem a energia gerada pelo movimento. Em vez de frear mecanicamente, os trens da Linha 6-Laranja usam motores elétricos como geradores, transformando energia cinética em elétrica.
Essa energia é devolvida ao sistema para ser usada em outros trens em aceleração. É como se a energia fluísse de um trem que está freando para outro que está ganhando velocidade — tudo isso de forma automática, gerenciada pelo sistema de alimentação e sinalização.
Para isso, o outro trem precisará estar próximo o suficiente. Na Linha 6-Laranja, cerca de 95% das frenagens serão feitas dessa forma, o que significa economia de energia e menor desgaste dos equipamentos. Com ações como essa, o projeto da Linha 6 foi o primeiro de metrô a conquistar o selo AST-Infra, que reconhece soluções sustentáveis de infraestrutura .
Assim como os trens das linhas 4-Amarela e 5-Lilás, os da Linha 6 terão condução automática, ou seja, não requerem a presença de um condutor. Além disso, os carros serão todos climatizados e equipados com câmeras de vigilância.
Uma novidade nos trens da Linha 6 é a presença de intercomunicadores acessíveis a pessoas em cadeira de rodas, instalados em altura mais baixa e apropriada. Esse é um diferencial inédito nos metrôs de São Paulo até então – garantindo que passageiros com mobilidade reduzida também possam acionar auxílio de forma autônoma.
Além disso, diferentemente dos trens das linhas mais antigas, que tinham pintura padronizada do Metrô, os trens da Linha 6 destacam a identidade da linha na sua aparência com a cor laranja. As composições também contarão com grandes janelas e portas, proporcionando uma visão clara do exterior. Assim, o passageiro tem uma viagem tranquila, segura e confortável.
A Linha 6-Laranja terá conexões com as Linhas 1-Azul, 4-Amarela e 7-Rubi do sistema metropolitano. Com 15,3 km de extensão, a Linha 6-Laranja reduzirá de cerca de 1h30 para apenas 23 minutos o tempo de deslocamento no trajeto atualmente realizado por ônibus.
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A escavação dos túneis da linha foi concluída em fevereiro de 2025, conectando todas as 15 futuras estações. Paralelamente, já está em andamento a instalação de trilhos, sistemas e a entrega das composições.
A Linha 6-Laranja é uma parceria público-privada (PPP) do Governo do Estado de São Paulo com a concessionária Linha Uni, executada pela Acciona, com geração de mais de 10 mil empregos. A iniciativa é coordenada pela Secretaria de Parcerias em Investimentos do Estado (SPI), responsável por estruturar e acompanhar os projetos de concessão e PPPs no estado.
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