As hepatites virais ainda representam um desafio silencioso para a saúde pública, principalmente pela dificuldade no diagnóstico precoce e no acompanhamento adequado dos pacientes. Para enfrentar esse cenário e ampliar o acesso à informação entre os profissionais da linha de frente, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) realizou, nesta terça-feira, 15, uma oficina de atualização sobre o monitoramento clínico das hepatites. O encontro reuniu médicos e enfermeiros da Atenção Primária à Saúde e do serviço especializado do Hospital Universitário, reforçando o compromisso do Governo de Sergipe com a prevenção e o cuidado contínuo.
De acordo com o diretor de Vigilância em Saúde da SES, Marco Aurélio Góes, a capacitação reforça a necessidade de manter o tema em evidência ao longo de todo o ano, e não apenas no mês alusivo. As hepatites A e B têm vacina disponível no Sistema Único de Saúde (SUS). Já a hepatite C, que ainda não possui imunização, é motivo de atenção por ser uma doença silenciosa e com potencial de evoluir para quadros graves, como cirrose e câncer de fígado.
“As ações educativas e a testagem precisam ser contínuas. A prevenção começa na infância, com a vacinação, mas é fundamental que os adultos que não tomaram as vacinas também procurem se proteger. No caso da hepatite B, a vacina está disponível para todas as faixas etárias. Já a hepatite C, por exemplo, não há vacina, mas tem tratamento e cura quando diagnosticada precocemente”, destacou.
Segundo a fisioterapeuta sanitarista da SES, Jôse Calazans, a capacitação também abordou fluxos de atendimento e prevenção da transmissão vertical das hepatites B e C, ou seja, da mãe para o filho durante a gestação ou o parto. Ela explicou que o público-alvo da oficina são justamente os profissionais que lidam diretamente com esses casos nas Unidades Básicas de Saúde. “São os médicos e enfermeiros da Atenção Primária que realizam a testagem, o acompanhamento e a vinculação dos casos positivos aos serviços especializados. Por isso, é importante que estejam atualizados sobre as rotinas de cuidado, manejo e tratamento”, reforçou.
De acordo com o médico Pedro Antônio, que atua no município de Tomar do Geru, no sul do estado, a integração entre especialistas e profissionais da Atenção Básica facilita o trabalho de quem está na linha de frente e leva o atendimento à população em áreas mais distantes. “A oficina é essencial para atualizar nossas condutas e melhorar a comunicação entre os diferentes níveis da assistência. Além disso, a gente leva esse conhecimento para as escolas, postos de saúde e eventos municipais, disseminando informação e orientando sobre prevenção e tratamento”, ressaltou.
O médico também enfatizou a importância de combater as fake news relacionadas à vacinação. Segundo ele, muitos casos de resistência ocorrem por conta da desinformação. “Muitas mães ainda têm medo de vacinar os filhos, principalmente por notícias falsas que circulam. Por isso, nosso trabalho é orientar, explicar os possíveis efeitos adversos, que são esperados e normais, e reforçar que a vacina protege e salva vidas. Hoje, a gente vacina para evitar doenças graves daqui a 10 ou 15 anos”, concluiu.
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