O Governo de São Paulo vai investir mais de R$ 100 milhões para restaurar 17 imóveis tombados na região central da capital, no entorno do Palácio dos Campos Elíseos. As construções fazem parte da área onde será implantado o Novo Centro Administrativo do Estado — projeto que vai reunir cerca de 22 mil servidores atualmente espalhados por quase 40 prédios diferentes.
A restauração faz parte do compromisso com a preservação da memória urbana, respeitando as diretrizes dos órgãos de patrimônio como Condephaat e Conpresp. A maioria dos imóveis tem uso público atual ou já esteve ligada à história administrativa do Estado.
São antigas residências construídas entre o fim do século XIX e início do XX, com diferentes tipologias e estilos. Os edifícios apresentam elementos típicos da arquitetura eclética e neoclássica, como alpendres laterais, recuos generosos no terreno, e o uso de materiais nobres.
Com as obras de restauro, cada imóvel poderá ter novo uso, de acordo com as diretrizes dos órgãos de patrimônio e os termos da parceria com o setor privado. Confira a lista dos 17 imóveis.
Construído no fim do século 19 para Dona Chiquinha Ribeiro do Val, figura ligada à elite paulistana, o casarão foi projetado pelo arquiteto Pedro de Mello e Souza. É um dos principais exemplares da arquitetura eclética da região, com recuos em todos os lados e fachada ornamentada. Hoje abriga a Fundunesp, a Fundação para o Desenvolvimento da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), destinada a apoiar as atividades universitárias.
Projetada pelo mesmo arquiteto da Fundunesp, essa casa de esquina foi residência de Bento de Almeida Prado, um dos barões de São Paulo. Tem terraços semicirculares nos dois andares e uma implantação que valoriza o terreno. Atualmente, funciona como Casa da Solidariedade, ligada ao Fundo de Assistência Social do Governo, que oferece apoio e programas sociais para pessoas em situação de vulnerabilidade, especialmente crianças e adolescentes.
Com planta regular e vestíbulo saliente, o imóvel abriga hoje uma secretaria estadual vinculada à Casa Civil. Apesar de reformas e anexos posteriores, ainda mantém a estrutura original.
Antiga casa da família Toledo Piza, tem planta irregular e compartimentos internos preservados. É usada como sede da Secretaria do Trabalho e Promoção Social, também vinculada à Casa Civil.
Foi residência e, mais tarde, unidade da Polícia Florestal. O prédio tem dois andares, sótão, porão e escada lateral com terraço coberto. É propriedade do Governo do Estado.
Dois imóveis geminados que formam um único conjunto. São construções térreas da virada do século, com porões ventilados e escadas externas. O conjunto pertence ao Estado.
Residência de alto padrão da virada do século, virou sede da Diretoria de Ensino da Secretaria da Educação. É um dos poucos imóveis que já tem uso público definido e consolidado, mesmo antes da restauração.
Casa térrea construída no início do século passado. Está situada em um trecho com outras construções antigas e preservadas. Será restaurada para integrar o novo conjunto urbano.
Imóvel vizinho ao número 234, com características semelhantes. Faz parte da mesma sequência de casas históricas na Alameda Glete.
Completa a fileira de três imóveis históricos na Glete. Assim como os outros dois, deve receber intervenções que respeitem sua origem residencial.
Imóvel situado em um ponto estratégico da avenida, próximo a outras construções históricas. Está incluído no projeto de restauro por seu valor urbanístico.
Faz parte do conjunto de imóveis protegidos na Avenida Rio Branco. A fachada será preservada conforme as regras dos órgãos de patrimônio.
Dois imóveis vizinhos localizados em área do entorno do Palácio dos Campos Elíseos. Serão restaurados com base nas normas de preservação para imóveis de interesse histórico.
Imóvel residencial típico da primeira metade do século XX. Mesmo sem uso atual definido, será restaurado por seu valor arquitetônico e urbanístico.
Localizado nos limites da área do Novo Centro Administrativo, o imóvel será restaurado como parte da requalificação do entorno. É um dos exemplos da arquitetura que marcou a expansão da cidade para a região central.
“Preservar esses imóveis é manter viva a identidade paulista. Estamos tratando de um novo olhar para o centro da capital, que passa pela requalificação urbana com respeito à memória da cidade, pensando no futuro, mas sem esquecer do nosso passado”, afirmou o secretário de Projetos Estratégicos (SPE), Guilherme Afif.
Todos os imóveis serão recuperados seguindo orientações técnicas e legais. Depois de restaurados, poderão abrigar repartições, centros de atendimento ou novos espaços públicos, conforme definido no contrato da Parceria Público-Privada do projeto .
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