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Aulas no sistema prisional recriam contos infantis com ajuda da Inteligência Artificial

Histórias clássicas retratadas em contos infantis ganharam uma nova releitura durante as aulas de Língua Portuguesa desenvolvidas no Centro de Dete...

15/09/2025 às 18h49
Por: Redação Fonte: Secom Espírito Santo
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Foto: Reprodução/Secom Espírito Santo
Foto: Reprodução/Secom Espírito Santo

Histórias clássicas retratadas em contos infantis ganharam uma nova releitura durante as aulas de Língua Portuguesa desenvolvidas no Centro de Detenção Provisória do Complexo Penitenciário Rodrigo Figueiredo da Rosa. O pensamento crítico e a vivência de cada aluno deram novos ares e desfechos aos personagens, criados com a ajuda da Inteligência Artificial (IA).

A atividade envolve cerca de 100 internos alunos da quinta etapa do ensino fundamental à terceira etapa do ensino médio da Educação de Jovens e Adultos (EJA) da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM) Nelson Mandela, com o projeto “Quem conta um conto, aumenta um ponto”. Nesse novo contexto, “Rapunzel” virou “A Rapunzel da Rampa do Urubu”, em Viana; O conto “Os Três Porquinhos” se transformou no “O casamento da porca e o lobo” e “Chapeuzinho Vermelho” ganhou uma nova cor, transformando-se em “Chapeuzinho Rosa”.

A professora de Língua Portuguesa Sonia Maria Tirre Araújo explicou que as aulas apresentam o gênero textual conto, incluindo sua estrutura, elementos narrativos e finalidade, em que os alunos têm a possibilidade de recriar os clássicos.

“Os alunos são incentivados à leitura e à criação de novos contos como forma de expressão e desenvolvimento pessoal. Os contos estimulam a escrita como ferramenta para aprimorar a habilidade de comunicação, expressão de ideias, de sentimentos e experiências”, explicou Sonia Araújo.

Para ilustrar as novas histórias, os alunos contaram com a ajuda da Inteligência Artificial (IA). “Realizamos uma conversa com os internos, ouvindo suas opiniões e contribuições. A partir desse diálogo, organizamos os conteúdos de forma estruturada na plataforma de IA e garantimos que o material fosse construído de maneira participativa. O resultado das ilustrações ficou incrível”, disse a professora.

O comando da IA foi realizado pela docente fora da sala de aula, uma vez que o acesso à internet não é permitido durante as aulas ministradas no sistema prisional.

“Projetos assim têm um papel fundamental na unidade prisional, pois vão além do ensino tradicional. Eles estimulam as pessoas privadas de liberdade a perceberem que existe muito mais na vida do que o caminho que os levou à prisão. Ao desenvolver atividades que despertam a criatividade e a reflexão, os internos têm a oportunidade de enxergar novas possibilidades, perceber que podem transformar suas histórias e construir um futuro diferente. Iniciativas como essa reforçam que a educação, a leitura e a expressão artística são poderosas ferramentas de mudança e humanização dentro do ambiente prisional”, destacou o diretor-adjunto da unidade, Richard de Souza Tancredo.

“Gostei muito de fazer a releitura do conto Rapunzel. Foi inspirador conseguir transformar o conto e poder mudar a história, tornando-a mais divertida e mais perto da nossa realidade que é a rampa de voo livre. Também criamos um novo final para a personagem, que casou com um cowboy e não um príncipe”, disse o interno E.S.R. que está na sexta etapa da EJA.

A educação no sistema prisional é ofertada em parceria com a Secretaria da Educação (Sedu).

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