A sessão solene do Orgulho de Pessoas com Deficiência (PCD) reuniu, no plenário da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), na manhã desta terça-feira (28), representantes do movimento e ativistas da causa. O autor da homenagem, deputado Fábio Felix (PSOL), destacou a importância da educação inclusiva.
“Pensar a educação no viés anticapacitista”, com instrumentos e mecanismos pedagógicos que possibilitem o acesso à educação formal, foi a defesa de Felix, que é presidente da Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Legislação Participativa da CLDF. Na avaliação do parlamentar, diretrizes de inclusão e diversidade devem estar presentes nas políticas públicas educacionais.
Felix citou também a primeira edição brasiliense da Parada do Orgulho de Pessoas com Deficiência, realizada no dia 26 deste mês, em defesa dos direitos PCD. Para o distrital, a parada representou uma conquista e um instrumento de visibilidade para o segmento. O deputado anunciou que irá apresentar proposta legislativa para incluir a Parada PCD no Calendário Oficial de Eventos DF.
Nesse sentido, o co-produtor da Parada PCD, Pedro Avelar, enfatizou a importância do movimento orgulho PCD. Ele salientou o fortalecimento da comunidade por meio da mobilização, que teve início em São Paulo e se expandiu para outras capitais, como Recife e Brasília. “Escolhemos mostrar o orgulho PCD através da arte e da cultura”, disse.
Uma das idealizadoras da Parada PCD, Júlia Piccolomini, explanou que a “deficiência é uma necessidade funcional” e apontou os hábitos de uma sociedade repleta de barreiras. “Somos invisibilizados”, assegurou. Ao acrescentar que o segmento ainda é visto como “fardo social”, ela leu um manifesto do orgulho da pessoa com deficiência.
"Possibilidade de vida e de existência"
Por sua vez, a pedagoga Luana Cavalcante, ativista pelos direitos PCD, reivindicou o uso do termo “ancestralidade aleijada” como “possibilidade de vida e de existência”, que simboliza o enfrentamento social e o orgulho da luta. Ela mencionou sua trajetória nas escolas, permeada por agressões e violências, ao defender uma “reforma grandiosa na educação brasileira a fim de abolir o sistema aprisionador”. Cavalcante provocou os participantes a ocuparem lideranças e cargos de poder para promover as mudanças necessárias.
“A emoção de celebrar nossas vidas e nossas existências” foi descrita por Marcelo Zig, fundador do quilombo PCD de Luta Antirracista e Anticapacitista. Ele dedicou a oportunidade à ancestralidade negra com deficiência e lamentou os assassinatos de pessoas negras com deficiência no Brasil, ao protestar contra as diversas formas de violências
João Miguel Rodrigues, de dez anos, narrou o orgulho de participar da sessão solene. Ele foi uma das Pessoas com Deficiência homenageadas com moção de louvor da CLDF. Além de João Miguel, outros PCD e ativistas receberam a honraria, como o coreógrafo Lee Brandão e o paratleta Matheus Moreira. O evento foi transmitido ao vivo pela TV Distrital (canal 9.3) e YouTube , com tradução simultânea em Libras.
Franci Moraes - Agência CLDF
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