Estande da Sesa montado no Centro de Eventos do Ceará (Foto: Fátima Holanda)
Encerrando a programação do 5° Congresso Brasileiro de Política, Planejamento e Gestão em Saúde (PPGS), a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) promoveu, nesta quarta-feira (6), rodas de conversa no estande montado no Centro de Eventos do Ceará.
Durante a manhã, o tema da conversa foi “Saúde no Ceará: uma história para se orgulhar”, com um resgate histórico de estratégias pioneiras no Sistema de Saúde no Estado.
Da esquerda para a direita: Odorico Monteiro, Jurandi Frutuoso e Carlile Lavor (Foto: Evelyn Ferreira)
Participaram da conversa: Carlile Lavor (médico sanitarista e idealizador do Programa de Agentes Comunitários de Saúde), Jurandi Frutuoso (ex-secretário da Saúde do Ceará e secretário executivo do Conselho Nacional de Secretários de Saúde – Conass) e Odorico Monteiro (médico, professor, pesquisador, além de idealizador do Programa Saúde da Família).
No turno da tarde, a programação seguiu com debate sobre o tema “As Farmácias Vivas no ciclo da assistência farmacêutica: histórico e evolução”. Os convidados foram Mary Anne Bandeira (professora da Universidade Federal do Ceará), Micael Nobre (assessor especial da Coordenadoria de Políticas de Assistência Farmacêutica) e Ana Georgina Oliveira (farmacêutica do Projeto Interculturalidade e Farmácias Vivas no SUS).
Jurandi Frutuoso comentou alguns programas que foram criados por iniciativa cearense e que, hoje, ganharam relevância no cenário nacional.
“Algumas criações cearenses, como Saúde da Família, regionalização, Programação Pactuada e Integrada (PPI), policlínicas, são exemplos de políticas que nasceram aqui e que depois se expandiram para o Brasil todo, sendo utilizadas como modelo. É isso que enriquece o povo cearense: a capacidade de pensar e de pôr em prática aquilo que deve ser uma política correta”, relata o ex-gestor.
Ações pioneiras do Ceará na Saúde foram destacadas no último dia de evento (Foto: Fátima Holanda)
O idealizador do Programa de Agentes Comunitários de Saúde, Carlile Lavor, relembra os primeiros anos de criação do SUS e o início das visitas dos agentes comunitários.
“Em 1987, se estabeleceu uma nova política de saúde, que colocou a atenção primária chegando à casa de cada cearense, daqueles mais pobres. Os mais pobres nunca tinham visto ninguém do governo, aliás, só viam do governo a polícia ou o fiscal para cobrar imposto. Então, chegar um profissional na casa querendo ajudar e dizendo que tinha uma enfermeira e, depois, um dentista, um médico, isso foi o SUS que criou. E manter tudo isso é importante demais”, rememora.
O congresso foi realizado durante cinco dias no Centro de Eventos do Ceará
Com o tema “Política, saberes e práticas: resistência e insurgência no enfrentamento das iniquidades em saúde”, o congresso é organizado pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco). A programação começou na noite de domingo (3) e seguiu até esta quarta-feira (6). Ao longo dos dias de programação, a Sesa participou com palestras e mesas-redondas promovidas em um estande próprio.
A titular da pasta, Tânia Mara Coelho, destaca a importância da iniciativa. “O congresso é mais do que uma oportunidade para discutir ideias e compartilhar experiências; é um chamado à ação. Juntos, fortalecemos a luta por uma saúde coletiva que promova equidade, que enfrente as iniquidades e que coloque a população no centro das nossas decisões”.
Thaís Facó, coordenadora de Atenção Primária à Saúde (Foto: Divulgação)
A coordenadora de Atenção Primária à Saúde da Sesa, Thaís Facó, reforça a importância da participação da Secretaria no Congresso, com um estande montado para fomentar discussões relevantes na área da Saúde. “Nós não poderíamos perder a oportunidade de mostrar a potência do Ceará nesse estande. Organizamos uma programação com uma série de rodas de conversas mostrando as iniciativas que foram pioneiras no estado e que, hoje, se transformaram em políticas públicas para o país todo”, destaca Thaís.
Álef Lucas Dantas (foto), assessor técnico da Coordenadoria das Redes de Atenção à Saúde (Coras) da Sesa, participou de palestras e grupos de trabalho no congresso e destaca que as discussões levantadas durante a programação do evento contribuem para a construção de políticas de saúde coletiva mais efetivas para a população.
“Eu destaco a participação da Sesa no estande para mostrar para os participantes que vêm de todos os lugares do país as ações que estão sendo executadas pelo estado e que a Sesa tem maestria. A gente vê o pioneirismo do Ceará na execução de algumas políticas. Isso tem sido muito importante. Os outros estados têm procurado a gente para conhecer melhor as experiências e levar para seus territórios”, diz o assessor técnico.
Para Verônica Moraes, coordenadora da Coordenadoria Regional de Saúde de Caucaia, os temas discutidos na programação do evento são pertinentes. “A gente teve a oportunidade de falar de políticas de saúde da mulher, da população negra, indígena. Temas que estão muito em pauta. É muito bom a gente ver essa retomada do diálogo, é como se fosse um renascimento da saúde pública nos dias atuais”, pontua.
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