Cerca de 160 pessoas entre técnicos das áreas de segurança, educação e assistência social, entre outras, da Região Metropolitana de São José do Rio Preto (RMSJRP), participaram da capacitação “Encontro de Redes: estratégias de enfrentamento à violência contra as pessoas com deficiência”. O evento aconteceu na tarde desta terça-feira, 10/12, no auditório da Acirp.
A capacitação foi promovida pela Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, em parceria com a Secretaria de Estado da Segurança Pública, dentro do Programa Estadual de Prevenção e Combate à Violência contra a Pessoa com Deficiência, executado pelo Instituto Jô Clemente. A Diretoria Regional de Assistência e Desenvolvimento Social (Drads) Rio Preto e a Prefeitura de São José do Rio Preto, por meio das Secretarias da Mulher, Pessoa com Deficiência e Igualdade Racial, Assistência Social e Educação, apoiaram o evento.
Em sua fala, João Victor Salge, supervisor do Centro de Apoio Técnico da 1ª Delegacia de Polícia da Pessoa com Deficiência do Estado de São Paulo e vinculado ao Instituto Jô Clemente, destacou que pessoas com deficiência estão mais expostas à violência, principalmente quando são incluídos marcadores sociais, como o de gênero.
"O Disque 100 aponta que as mulheres com deficiência são as mais afetadas pela violência quando comparadas com homens com deficiência. Portanto, a capacitação dos profissionais da rede no âmbito estadual e municipal é fundamental, porque juntos temos um compromisso de criar uma realidade onde as pessoas com deficiência tenham seus direitos respeitados", comentou. O Disque 100 atendeu, até o terceiro trimestre de 2024, mais de 594 mil denúncias de violência contra pessoas com deficiência.
Estima-se que haja 3,5 milhões de pessoas com deficiência no Estado de São Paulo, conforme levantamento do Observatório do Trabalho e Pessoa com Deficiência, o que representa cerca de 8% da população paulista.
Após a fala das autoridades, a psicóloga Thais Barreto Pereira falou aos presentes sobre o atendimento às pessoas com deficiência em situação de violência: revisitando conceitos; e o especialista em Libras Edilson de Andrade, assessor técnico de gabinete da Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência, que representou o secretário estadual Marcos da Costa, apresentou o Programa Estadual de Atendimento à Pessoa Surda: São Paulo São Libras.
Para a presidente do Conselho Estadual dos Diretos da Pessoa com Deficiência, Letícia Peres Farias Françoso, é vital que profissionais da educação e da assistência social, além dos servidores da segurança pública, participem desse tipo de capacitação. “Muitas vezes, a violência acontece em casa e são subnotificadas. Quem primeiro tem acesso a essas situações são os professores. Ninguém está pronto para atender todo mundo, porque as deficiências são variadas, mas se a gente tiver empatia, vontade de fazer, podemos construir o mundo. É para multiplicar, mas também para cada profissional entender seu papel dentro daquela política pública.”
A presidente do Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência de São José do Rio Preto, Sônia Atique, em sua fala, ressaltou a importância desse tipo de evento para o atendimento digno de pessoas com deficiência.
Os Centros de Apoio Técnico têm por objetivo promover, além do tratamento policial, um trabalho assistencial associado à rede pública de assistência. Atualmente, são cinco no Estado: capital, Guarulhos, Santos, Campinas e Ribeirão Preto. Já o SP São Libras oferece atendimento em Libras em órgãos públicos estaduais, como delegacias de polícia, Postos de Atendimento ao Trabalhador (PATs), Postos de Emprego Inclusivo (PEIs), Centros de Integração e Cidadania (CIC) e Postos do Poupatempo. O serviço é gratuito e funciona 24 horas por dia, sete dias por semana.
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