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Bolsa Família pode ter benefício extra em cidades que adotam ações ambientais

Promover a sustentabilidade ambiental e ajudar a enfrentar os efeitos das mudanças climáticas são os objetivos de um projeto de lei apresentado pel...

23/12/2024 às 10h15
Por: Redação Fonte: Agência Senado
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Projeto incentiva prefeituras a planejar e adotar medidas de enfrentamento a desastres climáticos como o do RS, diz autor - Foto: Lauro Alves/Secom-RS
Projeto incentiva prefeituras a planejar e adotar medidas de enfrentamento a desastres climáticos como o do RS, diz autor - Foto: Lauro Alves/Secom-RS

Promover a sustentabilidade ambiental e ajudar a enfrentar os efeitos das mudanças climáticas são os objetivos de um projeto de lei apresentado pelo senador Alessandro Vieira (MDB-SE). A proposta institui o Benefício de Incentivo Ambiental, um auxílio financeiro extra aos beneficiários do Bolsa Família que moram em cidades que cumprem metas ambientais.

O projeto ( PL 4.160/2024 ), que altera o Programa Bolsa Família ( Lei 14.601, de 2023 ), prevê que o benefício será dividido em duas partes, com base no cumprimento de ações ligadas ao meio ambiente:

  • Componente de Planejamento: pagamento de R$ 50 aos beneficiários que vivem em municípios com planos aprovados para se adaptarem e reduzirem os efeitos das mudanças climáticas. Esses planos precisam seguir as diretrizes do Plano Nacional e da Política Nacional sobre Mudança do Clima .
  • Componente de Implementação: pagamento de R$ 50 para quem mora em cidades que, além de planejarem, colocam em prática as ações previstas em seus planos climáticos.

Para receber o benefício, será preciso que um órgão federal avalie e confirme se a cidade realmente cumpriu as condições exigidas.

Mudanças climáticas

O senador explica que essa medida é uma resposta aos efeitos das mudanças climáticas, que já atingem a população com eventos extremos, como enchentes, secas e queimadas. Ele ressalta que poucos municípios no Brasil têm planos de adaptação e mitigação. Dados da Conferência Brasileira de Mudança do Clima indicam que apenas 12% das cidades têm ações para enfrentar as mudanças climáticas, e menos de 2% possuem monitoramento de metas.

Alessandro argumenta que a legislação atual não obriga os municípios a elaborarem seus planos de adaptação e, como a realidade da gestão municipal na grande maioria das cidades brasileiras é difícil, é natural que os gestores priorizem problemas mais cotidianos, apesar dos efeitos adversos das mudanças climáticas estarem cada vez mais evidentes. "Assim, faz-se necessária a adoção de incentivos para que as gestões municipais olhem com mais atenção para esse problema", diz.

O autor ressalta ainda que, mesmo que todos os municípios brasileiros cumprissem os requisitos para o auxílio, o impacto financeiro no Bolsa Família seria de cerca de R$ 2 bilhões, segundo o sistema VIS Data, do governo federal. Esse valor que representa um aumento de menos de 15% no orçamento atual do programa e que pode ser absorvido aos poucos pelo Orçamento federal, avalia.

“O custo da perda de vidas e da reconstrução depois dos desastres é muito maior quando não há planejamento e preparo”, afirma o senador.

O projeto tramita na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), onde aguarda recebimento de emendas.

Vinícius Gonçalves, sob supervisão de Patrícia Oliveira

Quadro PL4160_2024.png

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