Responsável por analisar a relação entre o adoecimento e o trabalho, o Cerest é serviço de referência em casos de suspeitas ou confirmações de acidentes
Transtornos como ansiedade, síndrome do pânico, depressão e síndrome de burnout são diagnósticos cada vez mais comuns e podem ser agravados no ambiente corporativo. Algumas das causas são sobrecarga de trabalho, atividades estressantes, busca por metas e resultados, preconceito e discriminação.
Nos últimos quatro anos, segundo pesquisa realizada no Sistema de Informações de Agravos de Notificação (Sinan), a ansiedade é líder no número de afastamentos no Ceará, com 244 registros, seguida da depressão (145) e do burnout (48).
Segundo a psicóloga do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest), Débora Rocha, esse número pode ser ainda maior. “Ainda há muita subnotificação nos serviços de saúde, mesmo esses transtornos sendo de notificação compulsória”.
Responsável por analisar a relação entre o adoecimento e o trabalho, o Cerest é serviço de referência em casos de suspeitas ou confirmações de acidentes, adoecimento ou sofrimento mental relacionado ao trabalho, independentemente do vínculo empregatício, podendo ser do setor público, privado ou informal.
Existem alguns sinais de alerta que podem indicar um diagnóstico de sofrimento emocional. “Choro fácil, tristeza, medo excessivo, agitação, irritação, nervosismo, ansiedade, taquicardia, sudorese e insegurança são alguns dos sintomas que podem indicar o desenvolvimento ou agravo de transtornos mentais”, destaca a psicóloga.
Ao notar algum desses sintomas, a pessoa deve procurar auxílio nas Unidades Básicas de Saúde, que irá encaminhar, se necessário, o paciente para o atendimento especializado adequado. O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza, ainda, por meio da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), pontos de atenção para o atendimento de pessoas com transtornos mentais e/ou com problemas decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas
Para prevenir problemas como esses, a psicóloga do Cerest enumera algumas medidas que podem ser eficazes para gestores. “É importante que cada instituição observe as necessidades dos seus trabalhadores. Se possível, os estabelecimentos devem disponibilizar suporte psicológico aos trabalhadores e promover ações de estímulo ao reconhecimento profissional, assim como sensibilizar com campanhas para diminuir o estigma dos transtornos mentais”, reforça.
O Cerest é um serviço especializado com atuação realizada mediante um agendamento prévio, encaminhamento por parte de sindicatos, ou unidades de saúde. Ao buscarem o serviço, os trabalhadores e trabalhadoras são acolhidos por uma equipe multiprofissional para investigar a relação entre o agravo e o trabalho.
Para fortalecer a atenção integral a esses usuários, em 2023, o Cerest Estadual, em parceria com instituições de ensino superior, lançou a Linha de Cuidado para Atenção Integral à Pessoa com Transtorno Mental Relacionado ao Trabalho. Esse documento orienta os serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) quanto aos itinerários terapêuticos necessários para garantir que os/as trabalhadores/as recebam atenção qualificada, promovendo o cuidado contínuo e a reabilitação psicossocial.
Para fazer denúncias ou solicitar atividades educativas, o Cerest disponibiliza o telefone (85) 3101.5343 e o email cerest@saude.ce.gov.br.
Cerest Estadual Manuel Jacaré
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