O uso de inteligência artificial (IA) no sistema judiciário brasileiro tem crescido de forma significativa nos últimos anos. De acordo com levantamento realizado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), 62 tribunais do país mantêm atualmente 140 iniciativas que utilizam recursos de IA, o que representa um aumento de 26% em relação ao ano anterior. Essas ferramentas buscam agilizar etapas processuais, organizar informações jurídicas e auxiliar magistrados na triagem de demandas.
Uma das experiências mais conhecidas é o sistema Victor, desenvolvido pelo
O avanço da automação no ambiente forense tem gerado discussões entre especialistas sobre seus impactos na atividade jurisdicional. Entre os pontos analisados está o risco de que a padronização excessiva de decisões, baseada em modelos estatísticos, limite a interpretação individual de casos com nuances relevantes. Para o professor e jurista Diego Krainovic Malheiros de Souza, autor de estudos sobre cognição aplicada ao Direito, o uso da IA no Judiciário exige atenção à complexidade envolvida no ato de julgar.
Além do “ruído”, o autor também discute o papel da intuição no processo decisório. De acordo com Diego, a intuição pode operar como uma forma de racionalidade implícita, especialmente em casos complexos em que as normas jurídicas não oferecem solução direta. O entendimento desses elementos contribui para o aprimoramento da prática judicial, inclusive no uso de tecnologias.
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O debate sobre a aplicação da IA no Judiciário está em andamento em diversas frentes, com pesquisadores, magistrados e instituições avaliando os ganhos operacionais e os desafios jurídicos da tecnologia. Segundo especialistas, iniciativas que integram tecnologia e interpretação humana, sem sobreposição de papéis, tendem a fortalecer o equilíbrio entre eficiência e justiça.
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