No Dia Mundial de Conscientização da Pré-eclâmpsia, lembrado nesta quinta-feira, 22, a Secretaria de Estado da Saúde (SES/TO) alerta a população sobre esta complicação grave da gravidez, caracterizada pela elevação da pressão arterial.
O coordenador do Serviço de Medicina Fetal (SMF) do Hospital e Maternidade Dona Regina (HMDR), Fábio Ruiz de Moraes, explica que o pré-natal bem feito previne a forma grave da doença. “Até nas UBSs [Unidades Básicas de Saúde] o rastreio pode ser feito. A solicitação do exame ultrassonográfico, que avalia a circulação de sangue nas artérias uterinas, também pode ser solicitado na UBS. Ele evita que a paciente chegue aos hospitais já com as complicações e em estado grave”, pontua.
Sobre os sintomas da doença, a ginecologista, obstetra e diretora clínica do HMDR, Veruska Pinheiro, ressalta que são sinais de alerta a pressão alta, inchaço, dor de cabeça e alterações na visão. “Por isso campanhas como essa são importantes, informação é a melhor forma de prevenção. A pré-eclâmpsia é uma condição grave da gravidez que pode colocar em risco a vida da mãe e do bebê. Promover o conhecimento sobre a pré-eclâmpsia é garantir que mais mulheres possam viver uma gestação segura e saudável”, enfatiza a especialista.
O tratamento para hipertensão na gravidez e o acompanhamento da gestante é gratuito pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Acompanhamento
O acompanhamento médico realizado durante o pré-natal é fundamental para a detecção precoce e tratamento da pré-eclâmpsia. A gestante precisa ir à Unidade Básica de Saúde (UBS) para iniciar o atendimento gratuito disponibilizado pelo SUS, que inclui consultas regulares, exames, medicações e orientações.
“Se não for tratada, a pré-eclâmpsia pode trazer riscos sérios tanto para a mãe quanto para o bebê. A boa notícia é que existem medidas eficazes para prevenir ou reduzir os riscos da pré-eclâmpsia, e a principal delas é o acompanhamento pré-natal regular. Pelo SUS, nós fazemos as ações de prevenção, duas delas é a suplementação de cálcio de forma universal a todas as gestantes e o uso do ácido acetilsalicílico para aquelas com risco maior”, salienta a presidente do Comitê Estadual da Prevenção da Mortalidade Materna, Fetal e Infantil (CEPOMFI), Raquel Marques.
A servidora pública e assistente jurídica, Valéria Bonfim, teve pré-eclâmpsia na gestação do primeiro filho. “No terceiro mês, meus pés começaram a inchar e a médica já desconfiou que fosse pré-eclâmpsia, porque a minha pressão estava alta. Eu sentia só pressão alta e muita dor de cabeça. Então a médica me encaminhou para o alto risco e lá já fizeram a medicação necessária para controlar a pressão. E foi assim até o final da gestação, tive diabetes gestacional também e com 39 semanas, em uma consulta, a médica falou para induzirmos o parto e evitar complicações. O bebê já estava pronto, fizemos os preparativos e ele nasceu saudável com 39 semanas, deu tudo certo”, contou a servidora pública.
Dados
No Brasil, a pré-eclâmpsia é uma condição grave que afeta entre 3% a 5% das gestantes e é a principal causa de morbimortalidade materna. Por isso, visando reestruturar a rede de atenção à saúde materna e infantil, o governo federal implantou o programaRede Alyne, que busca reduzir a mortalidade materna em 25% até 2027. O SUS tocantinense já aderiu ao programa.
No Tocantins, os dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) apontam que em 2023 foi registrado um óbito causado por hipertensão gestacional com proteinúria significativa; em 2024, foram dois; e entre janeiro e maio de 2025, não foi registrado óbito por esta causa no estado. Já por eclâmpsia, em 2023 foi registrado um óbito; 2024 não foi registrado e em 2025 um óbito foi registrado.
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