A construção civil tem a capacidade de transformar todo o País e impactar diretamente a sociedade, disse o diretor-presidente da Cohapar, Jorge Lange, nesta sexta-feira (13) na 1ª edição do evento Construa Sul, que acontece em Curitiba. Ele integrou o painel que discutiu os desafios e as soluções para a Habitação de Interesse Social, juntamente com o diretor de habitação da Caixa Econômica Federal, Roberto Ceratto, o CEO da Construtora MRV, Eduardo Fischer, e os presidentes da CBIC e Sinduscon/PR, Renato Correia e Carlos Cade.
Ele apresentou um panorama do Casa Fácil Paraná, que virou uma política estadual, que já beneficiou mais de 100 mil famílias em diversas modalidades, entre elas o Valor de Entrada. O presidente da Cohapar também destacou o empenho do governador Carlos Massa Ratinho Junior em desenvolver projetos que conseguissem atender a parcela da população que mais necessita.
“Através da moradia é possível realocar famílias de áreas de risco, de favelas e locais irregulares, levando dignidade à população, além de movimentar a economia, gerando emprego e renda”, afirmou Lange. “O governador se dispôs a fazer o maior programa dentro do cenário. Fizemos um amplo estudo com os envolvidos no ramo e entendemos que o custo da entrada era o maior entrave. A partir daí, formulamos o Casa Fácil, que hoje é uma referência em todo o País, e atua na concessão de subsídio para uma grande faixa de público com renda de até quatro salários mínimos”.
Lange também ressaltou a necessidade de buscar novos caminhos, com solidez e amparo jurídico, para fomentar a captação de recursos, além de ajustar os modelos vigentes a fim de ampliar o alcance dessas ações. “Precisamos trabalhar de maneira perene na construção civil, trazendo estabilidade e segurança para os construtores, mas sobretudo para as famílias. O Governo do Paraná já garantiu recursos para mantermos o programa Casa Fácil funcionando até 2027, para seguirmos trabalhando em prol da habitação de interesse social”, completou o presidente da Cohapar.
O diretor de habitação da Caixa Econômica Federal, Roberto Ceratto, falou sobre a importância das parcerias para o desenvolvimento de soluções dos desafios habitacionais. “Os modelos tradicionais chegaram ao limite, mas a sinergia de propósito de todos os envolvidos nos faz avançar”, afirmou. “O Sul tem cerca de 18% das contratações habitacionais do País e, apesar das dificuldades, tivemos crescimento. Hoje temos novos recursos sendo destinados, o que nos dá estabilidade para planejarmos as ações futuras”.
Ele também destacou a necessidade de alternativas mais sustentáveis no âmbito da construção civil para garantir o melhor aproveitamento dos espaços, reduzir perdas e trazer celeridade aos processos. “Precisamos diminuir o déficit habitacional ocupando melhor as áreas e infraestruturas existentes, e pensar em uma construção mais industrializada, com menos gastos em deslocamentos e perdas de materiais”, salientou.
Eduardo Fischer, da MRV, frisou a grande demanda de moradias em todas as regiões, elencando os principais desafios do ramo para a iniciativa privada. “Temos gente buscando a sua moradia o tempo todo, mas também temos o desafio de crédito, os processos de aprovação ainda morosos e projetos sem padrão. Precisamos trabalhar para unir e organizar essas pontas”, disse.
Ele mencionou a atuação relevante da Cohapar e do Programa Casa Fácil, que definiu como um modelo exemplar de política pública, e da Caixa Econômica. “As instituições são grandes pilares nesse cenário e conduzem os projetos de habitação", disse.
CONSTRUA SUL – Promovido pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e entidades da Região Sul do Brasil, em parceria com o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Paraná (Sinduscon-PR), o evento começou quinta-feira (12) com a presença dos governadores Carlos Massa Ratinho Junior, Eduardo Leite (Rio Grande do Sul) e Jorginho Mello (Santa Catarina).
O encontro reúne autoridades públicas, investidores, empresários líderes do segmento e 96 entidades associadas à CBIC, no intuito de debater estratégias, desafios e oportunidades da indústria da construção civil e do mercado imobiliário nos estados da Região Sul.
O Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul representam uma região estratégica para o País, uma vez que os três juntos respondem por cerca de 18% do Produto Interno Bruto (PIB) industrial nacional, segundo dados da Confederação Nacional da Indústria de 2023. Formam também a segunda região mais industrializada do Brasil e com a menor taxa de desemprego, com média de 4,9%.
As pautas visam a articulação e fortalecimento do setor para ampliar a escala de produção, discussão de alternativas para a captação de novos recursos, além de estimular o desenvolvimento de políticas públicas mais efetivas e que contribuam para o crescimento regional.
Mín. 12° Máx. 22°