Sergipe se despede dos festejos juninos em alto nível. A festa já ficou na saudade e com gostinho de quero mais. Neste domingo, 27, o Governo de Sergipe encerrou a programação da Vila do Forró 2025, após 60 dias de intensa celebração da cultura nordestina, da música regional e da identidade sergipana. Localizada na Orla da Atalaia, em Aracaju, a Vila do Forró se consolidou como espaço de vivência cultural e imersão nas tradições sergipanas, encantando moradores e turistas com uma estrutura grandiosa e programação diversificada.
O encerramento da programação aconteceu em clima de festa, com o ‘Duelo das Campeãs’, reunindo as melhores quadrilhas do campeonato junino, além de shows com Raulzinho do Acordeon, Os Bambas do Nordeste, Amorosa e o grupo Saci Quilombola, atraindo grande público à Praça de Eventos da Orla.
Na Vila do Forro, foram realizadas apresentações teatrais e culturais, sendo 121 apresentações no Coreto, 110 apresentações no Teatro da Vila, e 208 apresentações no Barracão.
Além disso, foram mais de 60 empreendedores selecionados via edital pelo Governo do Estado, mantendo viva a tradição por meio da culinária e do artesanato local. A estrutura contou com sete lanchonetes, cinco bares, a Casa do Artesanato, além de áreas de comercialização ocupadas por artesãos e empreendedores da Economia Solidária. Foram mais de 39 ambulantes autorizados a comercializar produtos como churros, pipoca e brinquedos ao longo do evento.
Ao todo, o Governo de Sergipe investiu R$ 40 milhões para realizar a Vila do Forró e o Arraiá do Povo 2025, com previsão de arrecadação de R$ 15 milhões em patrocínios e retorno de até R$ 80 milhões em ICMS, movimentando setores como comércio, turismo, hotelaria, transporte e serviços.
O presidente da Fundação de Cultura e Arte Aperipê de Sergipe (Funcap), Gustavo Paixão, também celebrou os resultados da edição. “ O encerramento teve o ‘Duelo das Campeãs’, com as vencedoras do concurso de quadrilhas do Gonzagão, que disputaram um prêmio extra de R$ 50 mil. O Governo do Estado investiu R$ 2 milhões só com as quadrilhas juninas, entre inscrições, fomento e edital do Plano Nacional Aldir Blanc. Um investimento histórico. A ideia é que, com esse incentivo, as quadrilhas estejam ainda mais fortes no próximo ano”, afirmou.
A pedagoga Adriana Rodrigues, que prestigiou o encerramento, destacou a importância de manter iniciativas como a Vila do Forró. “Foi uma festa grandiosa, enriquecedora. Deveríamos ter programações quinzenais como essa, para manter viva a tradição e transmitir nossa cultura às futuras gerações”, afirmou.
A secretária médica Clivia Oliveira foi pela primeira vez prestigiar a Vila do Forró e elogiou.
“Eu nem sabia que era o último dia, vim do interior para aproveitar e estou encantada. Está tudo muito mais bonito do que eu esperava”, contou a visitante.
O servidor público municipal João Pins, que veio de São Paulo especialmente para conhecer os festejos, contou que está em Aracaju há três dias e ficou surpreso com a riqueza cultural local. “É importantíssimo isso aqui. A gente vem de fora e não conhece nada dessa cultura. Nosso país é gigantesco, e mesmo dentro do Brasil, vemos como há diferenças culturais marcantes. É interessantíssimo conhecer tudo isso”, revelou.
Economia aquecida
A vendedora de churros Maria José Costa Santos, que participou pela primeira vez, celebrou a oportunidade. “Foi maravilhoso. Estou desempregada e meu esposo também. Essas vendas foram nosso sustento nesses dois meses. A estrutura foi ótima e agradeço muito ao governador e à primeira-dama por olharem por nós”, relatou.
Quem também acompanhou toda a movimentação foi Beatriz da Silva Oliveira, vendedora de pipoca desde a primeira edição da Vila. “Esse ano superou os anteriores. Foi muito bom, teve muito turista e gente da cidade aproveitando. É uma renda extra que ajuda bastante. Já estou esperando o próximo evento”, ressaltou.
A empreendedora Giulia Oliveira Pardo, que comercializou vinho, destacou a importância econômica e social da Vila. “Foi uma experiência inédita e muito positiva. A gente conseguiu empreender, trocar experiências, encontrar muitos turistas e, ainda, gerar renda em um período em que, normalmente, estaríamos de férias. É um projeto que atinge todos os públicos”, comemorou.
Valorização cultural
A grande novidade desta edição foi o Teatro da Vila, com capacidade para 130 pessoas, que recebeu espetáculos cênicos sergipanos ao longo dos dois meses. Também fizeram parte do circuito cultural espaços como o Sabor da Sergipanidade, a Casa do Artesanato de Sergipe, a tradicional casa de taipa cenográfica, a Capela, o Corredor Cultural com 100 metros de painéis temáticos, o Barracão com arquibancada, o Coreto da Eneva, roda-gigante panorâmica e outros ambientes que proporcionaram uma verdadeira imersão nas manifestações culturais do estado.
O espaço do Teatro da Vila também abriu portas para artistas das artes cênicas, como ressaltou a atriz venezuelana Luz Riveiro, da Companhia Circo Rueda. “Essa iniciativa é muito importante porque permite o acesso à arte a todos os estratos sociais. Muitas pessoas não têm costume ou condições de pagar por teatro, e aqui elas puderam assistir gratuitamente. Isso transforma a relação do público com a cultura”, afirmou.
País do Forró
O Arraiá do Povo e a Vila do Forró são uma realização do Governo de Sergipe, por meio da Fundação de Cultura e Arte Aperipê de Sergipe (Funcap) e do Banese, em parceria com o Ministério da Cultura, por meio da Lei Rouanet de Incentivo à Cultura. O projeto conta com o apoio da Energisa, Aperipê TV, Netiz, TV Atalaia, FM Sergipe e TV Sergipe; e com o patrocínio da Eneva, Iguá Saneamento, Maratá, GBarbosa, Sergas, Deso, Pisolar, Celi Engenharia, Rede Primavera Saúde, SEGV e Indra.
Mín. 17° Máx. 28°