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Programa de Conservação promove a soltura de 6,5 milhões de quelônios no Rio Xingu

Iniciativa da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, em parceria com o Ideflor-Bio, mantém um dos maiores berçários de quelônios da América do Sul, refo...

20/02/2025 às 16h28
Por: Redação Fonte: Secom Pará
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Foto: Jéssica Santana - Norte Energia
Foto: Jéssica Santana - Norte Energia

Entre outubro de 2024 e janeiro de 2025, foram soltos no Rio Xingu, oeste paraense, 308.567 filhotes de quelônios – incluindo tartarugas-da-amazônia, tracajás e pitiús. A iniciativa faz parte do Programa de Conservação e Manejo de Quelônios da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, realizado em parceria com o Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Nos últimos 13 anos, o Projeto já garantiu a soltura de mais de 6,5 milhões de filhotes, ajudando a preservar o Refúgio de Vida Silvestre (Revis) Tabuleiro do Embaubal, um dos maiores locais de desova de quelônios da América do Sul, e uma das 29 Unidades de Conservação (UC) do Governo do Pará.

A temporada reprodutiva de 2024-2025 registrou 1.692 ninhos monitorados, um aumento significativo em relação ao ciclo anterior, quando foram soltos 217.437 filhotes. O crescimento do número de nascimentos ocorreu mesmo com a estiagem severa que atingiu a região Norte no último ano, incluindo a região do Xingu.

Avanços- Para o presidente do Ideflor-Bio, Nilson Pinto, o sucesso contínuo da iniciativa demonstra o compromisso da instituição com a preservação da biodiversidade amazônica. “Este é um dos maiores berçários naturais de quelônios da América do Sul, e a manutenção desse ecossistema é fundamental para a preservação das espécies e o equilíbrio ambiental. Além da importância ecológica, essa iniciativa reforça a conscientização da população local sobre a necessidade de proteger nossa fauna. Seguiremos trabalhando para garantir que essas espécies tão simbólicas para a Amazônia continuem a prosperar”, destacou.

Desde o início das atividades, em 2011, a Norte Energia, concessionária da Usina de Belo Monte, já investiu cerca de R$ 26 milhões. O Projeto conta com uma equipe especializada de biólogos e técnicos ambientais, além do envolvimento de funcionários da empresa e voluntários da comunidade, incluindo alunos de escolas da região. Os voluntários auxiliam na escavação dos ninhos, garantindo que os filhotes alcancem as águas do Xingu em segurança.

Participação- O gerente de Meios Físico e Biótico da Norte Energia, Roberto Silva, ressaltou que o engajamento da população tem sido fundamental para o sucesso do Programa. “Ao envolvermos a comunidade nas atividades de monitoramento há um processo de ganha-ganha para todos os lados. O meio ambiente é beneficiado com o aumento do número de filhotes soltos no rio, e a população ganha com a geração de empregos e maior conservação do rio e das florestas. Tem pessoas da comunidade que trabalham nos projetos desde a sua concepção, em 2011”, informou.

As ações de preservação seguem um cronograma rigoroso, que se inicia em julho, com atividades de fiscalização para proteger as áreas de desova. A campanha de soltura ocorre anualmente entre outubro e janeiro, acompanhando o ciclo reprodutivo dos quelônios. Durante esse período, as tartarugas depositam seus ovos nas praias do Tabuleiro do Embaubal, eclodindo posteriormente, mobilizando pesquisadores e a comunidade local.

Meio ambiente e cultura- A conservação dos quelônios é essencial para o equilíbrio ecológico na Amazônia. Essas espécies desempenham um papel importante na dispersão de sementes, manutenção das teias alimentares e limpeza dos rios, ao se alimentarem de matéria orgânica em decomposição. Os quelônios também possuem grande valor cultural para as populações amazônicas, simbolizando longevidade, sabedoria e resiliência.

O Refúgio de Vida Silvestre Tabuleiro do Embaubal, criado pelo Governo do Pará em 2016, ocupa uma área de 4.033 hectares do município de Senador José Porfírio, no oeste paraense, a cerca de 906 km de Belém. Além de ser um santuário para os quelônios, a região se destaca pela biodiversidade, com praias, várzeas e igapós, abrigando diversas espécies ameaçadas de extinção, migratórias e endêmicas.

Segundo a presidente do Programa Estadual Quelônios do Pará, do Ideflor-Bio, bióloga Priscila Fonseca, “a continuidade da ação reforça o compromisso das instituições envolvidas com a preservação ambiental e o desenvolvimento sustentável da Amazônia. Com a manutenção dessas ações e o engajamento da comunidade, o Tabuleiro do Embaubal segue como um dos mais importantes redutos de biodiversidade do Brasil, garantindo um futuro mais seguro para os quelônios e o equilíbrio ecológico do Rio Xingu”.

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