O desperdício de alimentos e a falta de padronização no preparo em cozinhas profissionais têm sido entraves crescentes para gestores do setor de alimentação fora do lar. Além de impactar o meio ambiente, esses problemas elevam os custos operacionais e diminuem a eficiência de produção, especialmente quando receitas precisam ser replicadas para grande volume ou redes multicontas.
Dados recentes do Food Service mostram que o mercado brasileiro deve alcançar um faturamento de R$ 241 bilhões em 2025, refletindo valorização do setor e expectativa de recuperação após as turbulências recentes. Essa expansão surge com uma demanda maior por soluções que aliam produtividade, sustentabilidade e qualidade.
Dentro desse contexto, utensílios reutilizáveis em silicone começam a se estabelecer como uma alternativa prática. Recentemente, uma forma desenvolvida em parceria com um restaurante renomado para preparar dadinhos de tapioca tem profissionalmente sido usada como modelo de solução para dois problemas centrais: porcionamento uniforme e redução de material descartável.
A origem do dadinho de tapioca remonta aos anos 2000, quando o chef Rodrigo Oliveira, do restaurante Mocotó, em São Paulo, experimentava uma receita de tapioca com leite, queijo minas, ovos e manteiga. Numa dessas preparações, a massa endureceu enquanto ele estava ausente da cozinha. Em vez de descartá-la, ele cortou o que virou uma placa, fritou os pedaços e criou algo inusitado, que mais tarde ganhou o formato de “dadinhos” após sugestão de uma cliente. Desde então, o petisco se tornou uma iguaria bastante popular, presente em cardápios de bares, restaurantes e nas preferências do público em eventos. Dessa forma, reunindo tradição e improviso em uma criação culinária que alia queijo coalho, tapioca granulada e técnica de fritura, sempre acompanhada de molhos que exaltam sua textura crocante e interior macio.
Apesar do sucesso do petisco, sua reprodução em cozinhas profissionais sempre trouxe desafios. O preparo artesanal, feito em assadeiras comuns e cortado manualmente, dificulta manter a uniformidade entre os cubos, aumenta o tempo de produção e pode gerar desperdício de insumos. Em restaurantes de alto movimento, onde consistência e agilidade são fundamentais, a falta de padronização compromete tanto a experiência do cliente quanto a eficiência da operação.
A forma de silicone para dadinho de tapioca permite produção em lote com medidas consistentes, mantendo padrão de tamanho, volume e cocção, reduzindo variação de textura ou ponto. Outro benefício observado é que ela suporta temperaturas altas, lavagens repetidas e uso contínuo, características essenciais em operações com alto volume de produção. Essa padronização não é só estética, é ferramenta de controle de custos. Por exemplo, quando porções variam muito, há perda de matéria-prima e, portanto, lucro menor. Além disso, menos variação implica menos retrabalho, menos restos, menos descarte.
Há também ganho ambiental: utensílios que substituem materiais descartáveis auxiliam na redução de resíduos sólidos gerados diariamente em cozinhas profissionais. No Brasil, a geração de resíduos sólidos urbanos chegou a 77 milhões de toneladas em 2022, segundo levantamento da Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (ABREMA). Restaurantes e serviços de alimentação estão entre os grandes contribuintes desse volume, como mostra estudo publicado pela Revista Gestão e Desenvolvimento da Universidade Feevale, que aponta a crescente preocupação dos consumidores em relação ao descarte nesse segmento. Em paralelo, políticas públicas como o Novo PAC, do governo federal, incluem investimentos em resíduos sólidos, reforçando a pressão por práticas mais sustentáveis em todos os setores.
Dentro desta linha de raciocínio, adotar utensílios reutilizáveis não marca somente a tendência a um apelo “verde”, mas também por claro retorno econômico: menor necessidade de compras contínuas de materiais descartáveis, menor desperdício de alimentos e otimização do tempo da equipe. Enquanto isso, a indústria de alimentos e bebidas, instituições de regulação sanitária e associações de restaurantes observam com atenção soluções que possam ser escaladas, validadas tecnicamente e certificadas quanto à segurança alimentar.
O avanço das cozinhas profissionais passa cada vez mais por soluções que combinam eficiência, qualidade e responsabilidade ambiental. Utensílios como a forma de silicone para dadinhos de tapioca exemplificam como inovação e praticidade podem caminhar juntas: garantindo uniformidade, reduzindo desperdício e fortalecendo o retorno econômico, sem abdicar da sustentabilidade. Para gestores e chefs, adotar essas alternativas não é só modernizar a operação, mas investir em um futuro mais eficiente, rentável e consciente para todo o setor de food service.
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