Em um momento histórico, a Secretaria de Estado da Assistência Social, Inclusão e Cidadania (Seasic) de Sergipe realizou, na última terça-feira, 23, a 1ª Mostra de Arte e Cultura Surda de Sergipe, no auditório da Biblioteca Pública Estadual Epiphânio Dória, em Aracaju. O evento foi uma das principais ações em comemoração ao Dia Nacional da Pessoa Surda, celebrado no final de setembro.
A Mostra, que integra a programação do Setembro Verde, mês dedicado à luta pela inclusão das pessoas com deficiência, destacou, também, o Setembro Azul, período marcado por datas significativas para a comunidade surda, como o Dia Internacional da Língua de Sinais (23/09), o Dia Nacional da Pessoa Surda (26/09) e o Dia Internacional da Pessoa Surda e do Intérprete de Libras (30/09).
A secretária de Estado da Assistência Social, Inclusão e Cidadania, Érica Mitidieri, ressaltou a importância de ações como essa para valorizar o protagonismo da pessoa com deficiência. “Essa Mostra é uma maneira de reforçar a visibilidade e a força da nossa comunidade surda, que tem muito a contribuir para a nossa sociedade, especialmente no campo artístico e cultural. O Governo de Sergipe está comprometido em apoiar e fortalecer iniciativas como essa, que têm o poder de transformar realidades”, afirmou.
Arte e representatividade em cena
Com o objetivo de promover a inclusão, a representatividade e o empoderamento da comunidade surda, o evento reuniu cerca de 60 participantes, entre artistas e representantes da comunidade. O público pôde apreciar exposições de obras produzidas por artistas surdos, visitar a feirinha criativa com empreendedores da comunidade e assistir a apresentações culturais de dança, teatro e poesia.
Outro destaque da programação foi a mesa-redonda sinalizada com o tema "Cultura e Arte: promovendo acessibilidade comunicacional x capacitismo", conduzida inteiramente em Libras.
Comunidade surda ocupa o centro do palco
A vice-presidente do Instituto de Promoção e Apoio à Educação de Surdos (Ipaese), Alana Chagas, também participou da Mostra e destacou o papel da arte na construção da identidade e da autoestima da comunidade surda. “O Setembro Verde é um mês que traz à tona a luta de toda pessoa com deficiência, mas também nos remete ao Setembro Azul, que é essencial para a comunidade surda. A cada evento e ação, buscamos afirmar nosso protagonismo e mostrar que somos capazes. Vimos a arte e a cultura como instrumentos poderosos de expressão e resistência. A nossa comunidade surda está no centro de tudo isso, e estamos aqui para mostrar nossa força, criatividade e talento”, ressaltou.
Referência técnica da Coordenadoria da Pessoa com Deficiência da Seasic, Amanda Oliveira falou sobre como eventos como a Mostra ajudam a sociedade a conhecer melhor a comunidade surda e combater o capacitismo. “ Queremos que a sociedade se aproxime da comunidade surda, que entenda e respeite as formas de comunicação. Mesmo quem não sabe Libras pode participar, pode aprender, a troca é sempre muito rica”, reforçou.
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