

As turmas do terceiro bloco do curso de Pedagogia (turnos manhã e noite) da Universidade Estadual do Piauí (Uespi), campus Piripiri, finalizaram a produção do Calendário Afro-Indígena do Piauí, material que reúne datas, eventos históricos e personalidades negras e indígenas piauienses, com o objetivo de ampliar o acesso a informações pouco conhecidas pela população e fortalecer o reconhecimento das contribuições afro-indígenas na formação social e cultural do estado.
A atividade desenvolvida na disciplina de História e Cultura Indígena e Afro-Brasileira e ministrada pelo professor Alex Mesquita foi apresentada à comunidade acadêmica nos dias 24 e 25 de novembro, e também pode ser acessada clicando aqui .
Segundo o professor Alex Mesquita, a iniciativa surgiu da necessidade de aprofundar a abordagem regional dentro da disciplina. “A ideia nasceu porque a disciplina trata da história e cultura afro-brasileira e indígena, mas também direciona essas temáticas para o Piauí. Muitas dessas informações ficam à margem do conhecimento das pessoas. Queríamos trazer à tona contribuições importantes que não chegam ao grande público”, explica o docente.

A atividade envolveu pesquisas sobre acontecimentos históricos e figuras relevantes de diferentes regiões do estado, do norte ao sul do Piauí. “O foco foi selecionar eventos e personalidades que, geralmente, o público não conhece. Existem nomes até razoavelmente conhecidos, mas a maior parte das informações trazidas pelo calendário é inédita para a população. Buscamos contemplar diversas regiões, porque o Piauí é diverso, e queríamos representar essa diversidade”, completa Alex Mesquita.
O professor reforça ainda a importância pedagógica da experiência para os estudantes de Pedagogia, futuros docentes da educação básica. “Trazer esses conteúdos para a formação inicial é essencial. Essas questões atravessam o currículo escolar, mas ainda não estão onde deveriam estar. Queremos formar professores que compreendam a relevância da temática étnico-racial, que sigam as diretrizes e leis específicas, muitas vezes desconhecidas pelos próprios docentes”, conclui o docente.
A proposta também gerou impacto pessoal nos alunos, que relataram surpresa ao descobrir fatos históricos relacionados não apenas ao Piauí, mas aos seus próprios municípios. “Alguns alunos comentaram que, se não fosse pela atividade, jamais saberiam dessas informações. Eles puderam conhecer realidades de suas cidades e de municípios vizinhos, inclusive acontecimentos traumáticos que não eram discutidos, apesar de fazerem parte de suas histórias locais”, relata Alex Mesquita, enfatizando que Calendário Afro-Indígena do Piauí oferece uma contribuição educativa que ultrapassa a sala de aula, fortalecendo a memória histórica do estado e ampliando o debate sobre identidade, diversidade e pertencimento.
